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“Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.”
(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec)

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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Texto 28 - Sistema Genital Masculino


O sistema genital masculino consiste de:
Duas gônadas, os testículos, que produzem hormônio (células de Leydig) e células germinais, (espermatozóides). Hormônio Testosterona.
Órgão copulador - Pênis.
Um sistema de tubos e túbulos, que indo do testículo ao pênis, leva às células para o exterior.
Glândulas anexas que produzem um líquido, que é expulso graças à musculatura lida de suas paredes, durante o ato sexual a qual se mistura aos espermatozóides, formando o sêmen. Esta excreção de breve duração é a ejaculação.
Testículo - No embrião, os testículos se desenvolvem a partir de gônadas indiferenciadas situadas no abdômen. Eles migram durante a vida extra-uterina no escroto, onde são mantidos a uma temperatura inferior à do corpo, requisito importante para que possam produzir os espermatozóides.
Sob a túnica serosa, apresenta espessa túnica albugínea, cápsula conjuntiva que se condensa em um ponto, formando o mediastino testicular ou corpo Highmore. Deste mediastino, septos que separam incompletamente os lóbulos do órgão. Cada lóbulo consiste de alguns túbulos seminíferos contorcidos nos quais se formam o espermatozóide, seguidos por túbulos retos. Estes se abrem na rede do testículo ou rete testeis ou recesso de Haller, de canais interanatomosados no mediastino. Desta rede partem dutos eferentes para a  cabeça do epidídimo.
Extremamente longo e convoluto, o epidídimo possui um corpo em forma de vírgula situado na borda dorsolateral ou póstero lateral do testículo; em sua cauda são armazenados os espermatozóides. O ducto deferente é a continuação do eferente na cauda do epidídimo e representa o canal excretor do testículo. Apresentando parede muscular lisa muito espessa sobe pelo funículo espermático e percorre o canal inguinal. Após cruzar os vasos ilíacos, alcança a face dorsal da bexiga, estando neste nível unido pela prega interdeferencial.
O funículo espermática compreende o ducto deferente, com seus vasos e nervos deferenciais, a artéria espermática, linfáticas e nervos do testículo e um rico plexo pampiforme de veias testiculares tortuosas.
Localização dos testículos nas espécies:
Garanhão - Estão na região inguinal. Seis eixos maiores são quase longitudinais.
Descenso testicular - Os testículos conservam a posição abdominal, nos vertebrados ovíparos e em alguns mamíferos, qualificados de testicondos (monotremados, cetáceos, elefrante).
Nos mamíferos domésticos, há migração através os trajetos inguinais, para a bolsa escrotal, sendo estes animais qualificados de exorquídeos. Esta migração se faz mais ou menos cedo, segundo as espécies. Ela é muito precoce nos bovinos e ovinos, que têm seus testículos descidos ao final do primeiro terço da gestação, sendo tardia nos carnívoros, suínos e equídeos, após o nascimento.
A migração pode ser definitiva e indefinitiva. Definitiva na grande maioria do exorquideos, nos quais a bainha vaginal sofre um estrangulamento na sua parte superior, impedindo o retorno do órgão para a cavidade abdominal. A migração é indefinitiva na maior parte dos roedores, os quais são alteradamente testicondos e exorquídeos, segundo os períodos de cobertura.
Antes do descenso, o testículo está unido à região sublombar por uma prega de peritoneu, o mesorquio. Esta prega contem os vasos e nervos do testículo. Em sua borda posterior se acha a cauda alongada do epidídimo e os cordões de tecido fibroso e de músculo liso.
Um destes cordões é curto e põe em conexão a cauda do epidídimo com o testículo, ligamento do testículo. O outro cordão, o gubernáculo do testículo, se estende desde a cauda do epidídimo até o tecido sub-peritoneal na proximidade do futuro anel vaginal. Fatores mecânicos são importantes no descenso testicular:
Ø  Tração feita pelo gubernáculo testis;
Ø  Encurtamento do gubernáculo;
Ø  Aumento da pressão abdominal.
Podem ocorrer casos em que os testículos não descem para a bolsa escrotal, ficando retidos na cavidade abdominal ou no anel inguinal.
Isto pode ocorrer com ambos os testículos, criptorquidismo bilateral, ou apenas com um deles criptorquidismo unilateral.
Modificações introduzidas pelos hormônios e tidas como positivas para o descenso testicular:
Ø  Os testículos aumentam relativamente de volume e de consistência.
Ø  Os canais inguinais aumentam relativamente de volume e de consistência.
Ø  A bolsa escrotal aumenta deficientemente de volume a fim de abrigar os testículos.
Os canais deferentes se alongam o suficiente para permitir os testículos chegarem ao escroto.
Envoltórios testiculares:
1º) Pele;
2º) Dartos ou túnica dartóica;
3º) Fascia espermática externa;
4ª) Cremaster ou fáscia cremastérica;
5º) Fáscia espermática interna;
6º) Túnica vaginal.
Canal ou ducto deferente - representa o canal excretor do testículo que desemboca no seio urogenital. Desemboca a cada lado do folículo seminal nos equinos e bovinos.
No ápice do folículo seminal, há um orifício que é a desembocadura do utrículo prostático (útero masculino).
Glândulas anexas - conservação, mobilidade e atividade metabólica dos espermatozóides, com relação a nutrição e manutenção do PH.
Vesículas seminais - o produto elaborado por estas glândulas faz parte do líquido fecundante ou sêmen. Apresentam-se lobulados em suínos e bovinos, sendo muito desenvolvidos nos primeiros, (glândulas vesiculares).
Próstata - a próstata rodeia a porção inicial da uretra. Secreta a maior parte do líquido seminal e seus ductos excretores abrem-se na uretra prostática. Seu estroma é rico em musculatura lisa que na ejaculação se contrai e expulsa a secreção. Porções disseminadas da próstata, são encontradas em toda as espécies, particularmente em ruminantes e suínos. Nos pequenos ruminantes pela ausência de corpo prostático, há somente porções disseminadas. No cão, só existe a próstata com glândula anexa.
Bulbouretrais - estão situadas a cada lado da uretra, na região pélvica ao nível da arcada isquiática e no fim da uretra pélvica, estando envoltas por uma capa muscular, músculo transverso profundo do períneo, que as comprime. Estas glândulas atingem desenvolvimento máximo nos suínos.
Pênis e Prepúcio - O pênis compõe-se essencialmente de tecido erétil e compreende a porção extrapélvica da uretra. Estende-se da arcada isquiática para frente indo até a região umbilical. A porção pré-escrotal, acha-se, situada em uma bolsa cutânea, o prepúcio, estando a parte livre constituída de corpo da glande.
Os corpos eréteis do pênis são em número de dois: o corpo cavernoso do pênis e o corpo cavernoso da uretra. O primeiro forma a maior parte do órgão, tendo origem de cada lado da arcada isquiática por um pilar do pênis. Incluindo no músculo isquiocavernoso. O corpo cavernoso está envolto pela túnica albugínea.
A ereção se verifica, devido à vasodilatação arterial por ação parassimpática. O aumento de sangue e estancamento da drenagem venosa é que determinam esse enrijecimento do órgão. Ao cessar a excitação ou após a ejaculação; as artérias sofre vasoconstrição (simpática) o sangue flui pelas veias e o órgão volta ao estado de flacidez.
O músculo isquiocavernoso, pela sua localização, na raiz do pênis, contribuipara manter a ereção pela compressão das veias dorsais do mesmo. O músculo retrator do pênis faz com que o pênis volte ao interior do prepúcio depois da ereção.
O prepúcio é uma dupla invaginação de pele que contem e cobre a porção livre do pênis quando este não se encontra em ereção.
Na porção anterior do prepúcio, vê-se o óstio prepucial e ventralmente um rafe médio que é continuação de rafe escrotal. A secreção das glândulas prepuciais, junto com células epiteliais de descamação, constitui o esmegma que se acumula em grande quantidade.
Prepúcio e pênis nas espécies:
Cavalo - glande apresentando a coroa da glande e um sulco.
Touro - o pênis é longo e fino descreve duas curvas sucessivas, a primeira com convexidade anterior e a segunda com convexidade posterior, isto é, o "S" peniano ou flexura sigmóide.
Apresentam 4 músculos cutâneos, dois posteriores (retratores do prepúcio) que puxam o prepúcio para trás e dois anteriores (protratores do prepúcio) que o tracionam para a frente.
Ovino e caprino - o pênis é longo, com uma flexura sigmóide. O canal da uretra se prolonga em apêndice vermiforme de 3 a 4 cm, além da parte interior da glande. O apêndice vermiforme é sustentado por dois cordões fibrosos em torno dos quais existem algumas áreas eréteis.
Suíno - o pênis é fino, também descreve curva em "S", sua parte livre pontiaguda, é contorcida em espiral à maneira de saca-rolhas.
Mecanismo da ereção e ejaculação
Ereção - A turgência do pênis é devido nos mamíferos, ao afluxo de sangue sob a pressão no tecido erétil formando capilares dilatados contidos nos corpos cavernosos.
O pênis em ereção é a sede de um afluxo de sangue que resulta da vasodilatação das artérias. Ao mesmo tempo, se reproduz em dificuldade da circulação de retorno, resultando achatamento dos canais do tecido erétil e constrição das grossas veias por certos músculos: isquiocavernos e bulbocavernoso.
Em resumo, o mecanismo da ereção, compreende duas fazes: Uma fase de repleção passiva, durante a qual o tecido areolar se deixa distender pelo sangue arterial que flui abundantemente e o calibre das vias eferentes, está reduzida.
A outra fase de colocar em tensão, durante a qual as vias de retorno estão sempre reduzidas e as paredes de tecido erétil se contrai. O curso do sangue não é totalmente interrompido, ele é mais lento.
Ejaculação - este termo se aplica a tudo o que é lançado com certa pressão. Consiste na emissão energética de uma secreção, mais particularmente do sêmen.
A ejaculação se produz quando a cópula tenha durado um certo tempo ou que pelo menos estímulos tenham exercido durante um tempo suficiente a sua ação sobre o pênis.
No garanhão, a ejaculação se faz em três tempos; no varrão pelo menos em três tempos assim como no cão.
A ereção e a ejaculação são atos complexos cuja preparação exige um desenvolvimento dos órgãos genitais condicionados pelos hormônios sexuais, mas cuja efetivação é comandada pelo sistema nervoso.
O funcionamento do sistema nervoso implica numa preparação hormonal deste sistema. Tudo indica tratar-se de uma intervenção coordenadora do sistema nervoso, dependendo da ação de um ou de diversos centros integradores ou reguladores. A localização destes centros, precisar o trajeto das vias nervosas eferentes que conduzem o influxo nervoso dos centros aos órgãos efetores e determinar a natureza dos excitantes capazes de estimular os centros nervosos.
Vias eferentes - A secção do nervo eretor ou do nervo pudendo ao nível do períneo suprime a ereção. O macho colocado em presença de uma fêmea apresenta todos os sinais e excitação sexual, mas ele é incapaz de realizar a cópula, se pênis torna-se flácido.
As fibras vasodilatadoras são colinérgicas e as vasoconstritoras adrenérgicas.
Os centros medulares interessam a ereção e a ejaculação.
O centro da ereção está situado na medula lombar de L1 a S3.
O centro da ejaculação está situado ao nível dos segmentos L2, L3, por vezes em S1.
Centros bulbares.
Centros diencéfalos.
Centros corticais.
Em conclusão, podem-se admitir três estágios dos centros:
Um estágio bulbo-medular, sede dos reflexos diretos dando lugar a reações secretoras, circulatórias e respiratórias.
Um estágio diencefálico onde ocorre o instinto sexual.
Um estágio cortical, sede dos reflexos condicionados conduzidos à realização de um componente psíquico.
Estes reflexos são provocados, nos casos de ereção, principalmente pelas excitações mecânicas e térmicas, atingindo os órgãos genitais, a região genital e perigenital.
As excitações olfativas e visuais sem ereção paralela, são incapazes de provocar a ejaculação.
Sistema urogenital das aves
Os rins trilobados cor castanho-avermelhado ocupa a região lombopelvica.
O sistema excretor do rim é incompleto, faltando o bacinete, sendo formado pelos ureteres que se abrem na cloaca, onde a urina se mistura aos excrementos.
Uma só ave possui bexiga, disposta de maneira particular, é a avestruz.
Os testículos estão localizados na cavidade abdominal, na região lombar sob a extremidade anterior dos rins. O órgão da cópula varia com as espécies.
Nos galináceos ele é representado por pequena papila localizada no urodeum entre os dois orifícios dos canais deferentes e promovidas de um sulco onde escoa o sêmen. Nos palmípedes este órgão é mais desenvolvido e oferece uma disposição singular em saca-rolha e localizado em cavidade, tubulosa na cloaca, se exteriorizando por ocasião de cópula.
Os órgãos genitais da fêmea das aves são reduzidos a órgão produtor de ovos. Existe apenas um ovário, aquele do lado esquerdo e com localização idêntica a do testículo, pois o direito se atrofia. O oviduto é longo, flexuoso, muito dilatável e fixo à parede dorsal do corpo por uma espécie de mesentério.
Ele começa no ovário por um vasto pavilhão e termina na cloaca, por um orifício relativamente, estreito que aumenta consideravelmente no momento da passagem do ovo. O oviduto das aves participa na formação dos seus anexos, pois neste percurso o ovo receberá dentre outros, a clara e a casca. Um óvulo demora, desde o seu desprendimento do ovário, até receber os seus anexos e ganhar o exterior, cerca de 24 a 26 horas.
O oviduto costuma ser dividido em 5 partes:
Infundíbulo - com cerca de 9 cm de comprimento no qual o ovo permanece 15 a 18 minutos;
Magnun - que mede 33 cm, onde o ovo permanece 2 horas e 54 minutos a 3 h recebendo ai a albumina;
Istmo - de cerca de 10 cm, onde o ovo permanece 1 hora e 14 minutos às 1h e 15 minutos;
Útero - com 10 a 12 cm, onde permanecem 18 a 20 horas, recebendo água, sais, membrana de casca, casca e seus pigmentos;
Vagina - com 12 cm, que estabelece comunicação com o útero com a cloaca. 5 a 15 minutos cuja função é produzir o verniz da casca impermeabilizando o ovo evitando a entrada de germes.

Referências Bibliográficas
DARWIN, C.; tradução FONSECA. E. A  Origem das Espécies. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2004.
GOULD, S.J. A vida é bela – o Xisto de Burgess e a natureza da história. 1ª Ed. São Paulo: Gradiva, 1995.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 4ª Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAIJDER, F. Biologia Hoje / Ens. Médio – Vol. I, II e III. 1ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 2011.
OLIVEIRA, J.E.D.; & MARCHINI, J. S. Ciências Nutricionais. 1ª Ed. São Paulo: Sarvier Editora, 1998.
PURVES, W. K.; SADAVA, D,; ORIANS, G. H. e HELLER, H. C. Vida: A Ciência da Biologia – Vol. I, II e III. 8ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2009.
TORTORA, G. J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2003.
VASCONCELOS, C. S. Planejamento: Projeto de Ensino- Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. 14ª Ed. São Paulo: Libertad Editora, 2005.
ZIMMER, C.; tradução CALIFE, J. L. O Livro de Ouro da Evolução – O Triunfo de uma idéia. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2003.
Profº. Esp. Juarez Souza Magnus
Licenciatura Plena em Ciências –Habilitação: Biologia
Biólogo / CRBio-03 Reg. Nº 69.544/03-D
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Texto 27 - Sistema Genital Feminino


O aparelho genital feminino está constituído, em sua essência, por um tubo oco no seu interior nas partes baixas e média, constituindo a vagina e o útero, e, se bifurcando mais acima, onde se situam duas trompas e dois ovários.
Estes são os elementos fundamentais para a reprodução do ser humano. São também importantes para a manutenção somática e do trofismo e psiquismo da mulher.
Para baixo o aparelho genital se completa com distintas formações externas que constituem a Vulva e o Monte de Vênus.
Deste modo pode-se dividir o aparelho genital feminino, com fins didáticos, em órgãos genitais externos e órgãos genitais internos.
Os Órgãos Genitais Externos
Os órgãos genitais externos estão constituídos por um conjunto de formações que compreendem a Vulva e o Monte de Vênus.
A Vulva
A vulva é constituída por uma fenda sagital mediana ou de forma triangular, que se estende desde o monte de Vênus até a região do períneo, que a separa por trás.
De cima para baixo, ou da frente para trás, encontram-se:
O Clitóris, que é uma formação análoga ao pênis, e que consta de uma cabeça ou glande e que possuem formações eréteis chamadas de corpos cavernosos. A glande está coberta parcialmente pelo prepúcio, com um freio na sua parte inferior.
As ninfas ou pequenos lábios, que nascem de ambos os lados do clitóris, e são pregas cutâneas.
Os grandes lábios que são pregas cutâneas mais volumosas constituídas por maior quantidade de tecido adiposo, elementos conjuntivo-elásticos, glândulas sudoríparas e sebáceas. Sua parte mais externa e coberta por finos pêlos, que se continuam para cima com aqueles que recobrem o Monte de Vênus.
Por debaixo do clitóris e atrás do mesmo, entre os pequenos lábios encontramos o vestíbulo ginecológico no qual se observam diversas formações de interesse anatômico: a 1 cm do clitóris, em sua linha média encontra-se o meato urinário, que é a abertura exterior da uretra, conduto que na mulher tem um comprimento de aproximadamente 5 cm, e, em ambos os lados deste orifício, situam-se os os orifícios excretores das glândulas para-uretraes ou de Skene.
No centro do vestíbulo abrem-se também os orifícios das glândulas de Huguier, e na união dos 2/3 anteriores e do 1/3 posterior do orifício vaginal, abrem-se as glândulas de Bartholin.
As Glândulas de Bartholin se apoiam sobre os músculos transversos profundos do períneo e estão recobertos pelos músculos bulbo-cavernosos.
O orifício vaginal está parcialmente recoberto pelo hímen na mulher virgem. Após a vida sexual ativa permanecem resquícios do hímen, que se caracterizam como carúnculas himenais ou mirtiformes.
Atrás do orifício vaginal forma-se uma depressão, denominada de fossa navicular.
A irrigação da vulva, da mesma maneira que o Monte de Vênus é feita pelas artérias pudendas internas, ramo das ilíacas internas ou hipogástricas e também pelas pudendas externas, ramo da femoral, que se acompanham pelas veias homônimas.
Os linfáticos da vulva se reúnem em dois grandes coletores: um superior, que recolhe a linfa profunda do clitóris e zonas próximas, encaminhando-se aos gânglios retrocruraes e inguinais profundos, e, outro, inferior, que recebe a linfa dos lábios, do vestíbulo, desaguando nos gânglios inguinais superficiais.
Monte de Vênus
Continuando para cima da vulva e situado entra as pregas inguinais, situa-se o Monte de Vênus.
Está recoberto por pelos grossos e ondulados, se distribuindo de tal modo que aparenta um triângulo, característica tipicamente feminina.
Os órgãos genitais externos recebem inervação do nervo pudendo interno, originado nas raízes sacras III e IV. O pudendo interno se bifurca em dois ramos: clitorídeo e perineal.
Os Órgãos Genitais Internos
Os órgãos genitais internos estão constituídos por dois ovários, duas trompas, pelo útero e a vagina, com todas as formações correspondentes (restos embrionários, fascias e ligamentos).
Ovários
Os ovários são órgãos situados simetricamente em ambos os lados da pelve, em sua parte superior ligados à pelve pelo ligamento infundíbulo pélvico, e ao útero pelos ligamentos útero-ovarianos.
Estão situados de cima para baixo e de fora para dentro da pelve, e de trás para diante, alojados na parte superior da loja posterior dos ligamentos largos, atrás dos ligamentos redondos e trompas do lado correspondente.
Medem de três a quatro centímetros de comprimento, 2 centímetros de largura e tem uma espessura de aproximadamente 1,5 centímetros, existindo porém grandes variações individuais.
Tem uma coloração esbranquiçada e possuem uma superfície lisa, porém irregular devido à presença de cistos foliculares em processo de maturação ou de cicatrizes por roturas foliculares anteriores. Podem ser observados corpos amarelos e brancos, e em determinadas situações estão presentes cistos de diferente tamanho e natureza. Cada ovário está recoberto somente até o hilo pelo peritônio.
A irrigação sanguínea do ovário e das trompas depende da artéria ovariana ou útero-ovariana, ramo da artéria aorta, que emite arteríolas até os órgãos antes de sua anastomose com a uterina.
A veia ovárica ou útero-ovárica, emergente do plexo venoso pampiniforme, drena sangue do ovário e trompa correspondente, dirigindo-se a cava inferior no lado direito e a veia renal esquerda no lado esquerdo.
A linfa procedente da área tubo-ovárica se dirige aos gânglios lumbo-aórticos externamente, e internamente aos gânglios hipogástricos e ilíacos externos.
Histologia dos Ovários
Histologicamente os ovários se compõem de duas zonas: uma periférica, a cortical, de cor branco-amarelada, coberta por um epitélio mono-estratificado, de células cúbicas baixas, chamado germinal, que se continua com o peritônio na região do hilo, e, por debaixo dela a albugínea, camada conjuntiva de fibras colágenas que aumenta de espessura com a idade, e a medular com numerosos vasos sanguíneos que entram e saem pela face anterior do órgão.
A zona cortical possuem um parênquima constituído pelos folículos, que estão em diferentes estágios de maturação, e cujo estroma é constituído por tecido conjuntivo.
Os folículos ao amadurecer atingem o tamanho de 1 a 2 centímetros, denominando-se, ao estarem maduros de folículos de Graaf. O óvulo ao crescer chega a ter um diâmetro de 100 a 120 micra, sendo a maior célula do organismo humano. Seu citoplasma carrega elementos nutritivos (vitelo) e é rodeado por uma zona hialina e homogenia, chamada de zona pelúcida.
As células epiteliais que rodeiam o folículo se hiperplasiam formando as células da granulosa. A capa da granulosa vai se separando do óvulo, com exceção na sua parte inferior onde forma o cúmulo prolígero, onde o mesmo se assenta e é rodeado por uma camada celular conhecida como coroa radiada.
Entre o óvulo coberto sobre esta coroa radiada e a membrana granulosa se acumula o líquido folicular, rico em estrogênios.
Mais externamente o folículo está coberto por duas camadas: a teca externa e interna.
A teca externa é de natureza conjuntiva, com abundância de elementos fibrosos.
A teca interna é rica em fibroblastos, e tem uma importante função hormonal produzindo estrogênios e progesterona, esta última principalmente na segunda metade do ciclo menstrual.
A teca interna e a granulosa são as que contribuem para a formação do corpo amarelo depois da ovulação. Quando a mulher não engravida, o corpo amarelo se atrofia formando o corpo albicans.
Trompas de Falópio
As trompas são dois condutos que nascem nos cornos uterinos e ocupam a parte superior do ligamento largo, diante dos ovários e seus ligamentos.
Medem de 10 a 12 centímetros e possuem três porções: a intra parietal ou intramural, situada na espessura do músculo uterino, a porção istmica, imediatamente a seguir, a ampular, e finalmente a porção infundibular. Esta última possue as franjas ou fímbrias, que se aplicam sobre a superfície do ovário, principalmente na ocasião da postura ovular.
Útero
O útero é um órgão muscular oco, de posição mediania e ímpar cuja cavidade está destinada a albergar o feto durante a gravidez.
Sua forma lembra uma pêra, ligeiramente achatada da frente para trás, com uma parte mais larga na região superior. Tem duas porções anatômicas distintas: o corpo e o colo.
O corpo uterino tem 5 a 6 cm de comprimento, por 4 cm de largura e 2,5 de espessura, possuindo uma cavidade triangular com uma capacidade de aproximadamente 5 centímetros cúbicos.
A face anterior relaciona-se com a bexiga, separada desta pelo fundo de saco vésico-uterino. A face posterior se relaciona com alças intestinais, e se acha diante o reto, do qual se separa pelo fundo de saco de Douglas. É a região mais baixa do peritônio, e ali freqüentemente se colecionam derrames serosos, hemáticos ou purulentos produzidos em outras regiões. O fundo de saco posterior ou de Douglas chega à parte mais alta da vagina.
Na parte superior dos bordos laterais, a serosa peritoneal se desdobra, de maneira que na região do corno uterino de cada lado se inserem de trás para diante, o ligamento útero-ovárico com o ovário, a trompa e o ligamento redondo, que se dirige para baixo indo penetrar no conduto inguinal. Lateralmente o peritônio forma o ligamento largo.
A porção do útero situada acima dos orifícios das trompas denomina-se fundo do útero. A zona situada imediatamente acima do colo do útero se chama de istmo e anatomicamente representa a área de transição entre o colo e corpo do útero.
O colo do útero tem um comprimento de aproximadamente 3 centímetros, e sua largura decresce de cima para baixo, sendo que dentro da vagina possuem uma forma cônica ou semi-esférica. Na parte central possuem o canal cervical, fusiforme, com dois orifícios, um interno e outro externo, que se abre na vagina. É arredondado na nulípara e bilabiado na paciente que já teve partos vaginais.
Histologia do Útero
O corpo do útero está recoberto pelo peritônio parietal em quase toda a sua superfície, exceto na parte inferior de sua parede anterior, ode se relaciona intimamente com a bexiga. Possui uma grossa camada muscular, o miométrio, apta para a função contrátil.
O revestimento interno é o endométrio, formado por um epitélio com duas camadas, uma superficial e funcional e outra profunda e basal. Durante a menstruação a camada funcional diferenciada em dois extratos - o compacto e o esponjoso - se desagrega desnudando a camada basal, que novamente se regenera no próximo ciclo menstrual.
O colo do útero possui uma camada média, o miocérvix, que no mecanismo do parto tem a característica de sofre uma série de modificações que culminam com o apagamento, diminuição de espessura e dilatação.
A mucosa que reveste o canal cervical tem a denominação de endocervix e se continua até o orifício externo onde se denomina de ectocervix. O primeiro é constituído de um epitélio cilíndrico cubóide, monoestratificado, de células claras, mucíparas. O segundo apresenta um epitélio plano estratificado.
Irrigação Uterina
O sangue chega ao útero através das artérias uterinas, que são ramo da hipogástrica. As artérias uterinas passam pelo ligamento largo dando ramos utero-ováricos. As veias seguem tanto a direita como a esquerda as artérias uterinas, desembocando em ramos hipogástricos.
Os linfáticos uterinos nascem na mucosa e se reúnem em pedículos coletores: superior, anterior, inferior e posterior, desaguando nos linfáticos lumbo-aórticos, inguinais, hipogástricos e pre-sacros respectivamente.
Vagina
A vagina é um canal cilíndrico, fibro-muscular que se dirige de cima para baixo e de trás para diante, sendo essencialmente o órgão de cópula.
Tem um comprimento médio de 8 a 10 centímetros por 4 centímetros de largura, possuindo uma grande elasticidade, que dá condições para a passagem do feto por ocasião do parto.
A cavidade vaginal é virtual e sua parede anterior relaciona-se com a bexiga, enquanto que sua parede posterior relaciona-se com o reto. A parede posterior é maior que a anterior, formando o fundo de saco posterior da vagina.
No fundo da vagina aparece a porção vaginal do colo do útero, já descrito.

Irrigação da Vagina
A circulação da vagina é dada pelas artérias e veias vaginais, ramos das uterinas, salvo na sua porção inferior que depende das artérias pudendas. A linfa é drenada para os gânglios hipogástricos e ilíacos externos e, na parte inferior aos gânglios inguinais.
Inervação dos órgãos genitais internos
Os órgãos genitais internos são inervados por filetes provenientes do plexo hipogástrico inferior ou de Frankenhauser, situados na espessura do ligamento largo que aportam até o colo do útero constituindo por sua vez os plexos hemorroidal, vesical e utero-vaginal, e pelo nervo pelviano, proveniente das raízes pré-sacras.

Referências Bibliográficas
DARWIN, C.; tradução FONSECA. E. A  Origem das Espécies. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2004.
GOULD, S.J. A vida é bela – o Xisto de Burgess e a natureza da história. 1ª Ed. São Paulo: Gradiva, 1995.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 4ª Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAIJDER, F. Biologia Hoje / Ens. Médio – Vol. I, II e III. 1ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 2011.
OLIVEIRA, J.E.D.; & MARCHINI, J. S. Ciências Nutricionais. 1ª Ed. São Paulo: Sarvier Editora, 1998.
PURVES, W. K.; SADAVA, D,; ORIANS, G. H. e HELLER, H. C. Vida: A Ciência da Biologia – Vol. I, II e III. 8ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2009.
TORTORA, G. J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2003.
VASCONCELOS, C. S. Planejamento: Projeto de Ensino- Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. 14ª Ed. São Paulo: Libertad Editora, 2005.
ZIMMER, C.; tradução CALIFE, J. L. O Livro de Ouro da Evolução – O Triunfo de uma idéia. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2003.
Profº. Esp. Juarez Souza Magnus
Licenciatura Plena em Ciências –Habilitação: Biologia
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Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional

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