AIDS I: A Doença sem cura
Agora o negócio é sério. Hoje
vamos falar de uma das mais graves doenças que já sugiram neste planeta: a
AIDS.
Como todo mundo sabe, esta
doença, que provavelmente veio dos macacos da África, é transmitida facilmente
entre aqueles que, no mínimo, nem desconfiam que estejam contraindo a doença.
A AIDS é coisa séria, uma doença
que pode levar até a morte se não tratada a tempo. É claro que existem os
medicamentos contra ela. Pena que eles só amenizam seus sintomas e alongam um
pouco a vida dos contaminados.
A partir desse momento, estaremos
esclarecendo, a maioria das duvidas em relação a esta doença, e espero ajudar a
todos os interessados nas verdades e mentiras deste mal.
O que é
AIDS?
O nome AIDS é uma sigla americana
referente à Acquired Imune - Deficiency Syndrome, que em português significa:
Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida.
Qual a
causa da AIDS?
A AIDS é uma doença provocada
pelo vírus HIV que ataca e enfraquece o Sistema Imunológico, podendo levar a
sua destruição.
O vírus
HIV?
O vírus HIV é uma partícula
extremamente pequena (1/1000 mm) constituída de proteínas, lipídios (gorduras)
e por RNA (ácido ribonucléico, seu material genético).
Como
surgiu o vírus da AIDS?
Até hoje ainda não sabemos como
se originou esse vírus. Existem várias teorias, mas ainda não há provas
convenientes. Sabe-se, no entanto, que os primeiros vestígios de seu surgimento
estão na África.
De lá, através da imigração,
teriam levado a doença até o Haiti, de onde seus moradores o transmitiram aos
EUA e de lá para todo o mundo.
Os primeiros diagnósticos da
doença nos EUA foram feitos em 1979, e no Brasil em 1982.
Qual a
importância do Sistema Imunológico?
No meio em que vivemos, estamos
constantemente em contato com um grande número de microorganismos (vírus,
bactérias, fungos etc), que são agentes infecciosos. Eles são responsáveis por
várias doenças e, se eles se multiplicarem de maneira descontrolada em nosso
organismo, podem nos levar a morte.
No entanto, em um individuo
normal, a grande maioria das infecções tem uma duração limitada não causando
grandes danos ao organismo. Isto ocorre porque temos em nosso corpo, um
verdadeiro exército de prontidão, cuja função é destruir os agentes
infecciosos.
Este exército é constituído por
células especiais chamadas linfócitos,
que são os glóbulos brancos do sangue. A este sistema de defesa damos o nome
de Sistema Imunológico.
Como o
sistema imunológico desempenha sua função?
Existem dois grandes grupos de
linfócitos: os linfócitos T e os linfócitos B, que atuam de maneira diferente.
Um tipo de linfócito T, o
linfócito T4, age como general do exército das operações de defesa. Quando um microorganismo invade nosso
corpo, ele é reconhecido pelos linfócitos T4 que recrutam outros linfócitos T e
B para elimina-lo.
Como
o vírus da AIDS ataca o sistema imunológico?
O HIV ataca especificamente o
linfócito T4, tornando-se os novos generais do sistema imunológico. Assim como
todos os tipos de vírus, o HIV não consegue sobreviver fora de uma célula. Por
isso o HIV une o útil ao agradável.
É como se ele pensasse: "já
que tenho que arranjar uma casa vai invadir a casa do prefeito". É por
isso que ele ataca justamente os linfócitos T4 para ter o comando do sistema de
defesa do corpo humano.
Ao penetrar no T4, o HIV tem duas
alternativas a seguir:
O vírus permanece dormente ou em
estado de latência no interior do linfócito. A infecção existe, porém as
pessoas não apresentam sintomas.
O vírus, por mecanismos não
totalmente alucinados, entra em atividade multiplicando-se dentro do linfócito,
produzindo novos vírus que acabam destruindo a célula. Após isso eles vão para
a corrente sanguínea e invadem novos linfócitos T4. Após a destruição de todos
eles é que aparecem os primeiros sintomas da doença.
As pessoas com AIDS ficam vulneráveis
a doenças que não seriam ameaças para alguém com um Sistema Imunológico em
perfeito estado de conservação.
O beijo
pode transmitir AIDS?
Enquanto um beijo social não
apresenta risco de infecção, o beijo profundo e prolongado que envolve a troca
de grande quantidade de saliva e possibilita a exposição de pequenas
quantidades de sangue, pode ser visto como uma atividade de risco; porém, nunca
foi documentado na literatura científica internacional nenhum caso de
contaminação do vírus HIV através de um beijo na boca.
O sexo
oral pode transmitir a AIDS?
Embora nenhum caso tenha sido
registrado, acredita-se que esse tipo de transmissão seja possível. Isto porque
sempre existe risco de que o vírus do esperma ou de secreção vaginal de pessoas
infectadas possa entrar em contato com o sangue, através das mucosas bucais,
que com freqüência apresentam lesões.
Transmissão
por transfusão de sangue?
A transfusão de sangue infectado
transmite o vírus. Este meio de transmissão não deveria constituir um risco de
vida hoje em dia, uma vez que existe, há algum tempo, um teste de fácil
execução para se detectar a contaminação do sangue.
No entanto, aqui no Brasil embora
seja obrigatória a realização deste teste, ele ainda não vem sendo
satisfatoriamente utilizado em todos os bancos de sangue do país. Assim sendo,
transfusões sanguínea só deverão ser feitas em casos de absoluta necessidade.
Transmissão
por instrumentos cortantes e seringas contaminadas?
As seringas e agulhas
contaminadas podem transmitir a AIDS. Estão particularmente expostos a esse
perigo, os viciados em drogas que compartilham a mesma seringa.
Outros instrumentos, tais como agulhas de
acumputura e de aplicação de tatuagens teoricamente também podem transmitir
AIDS a pessoas que tenham a pele perfurada por esses instrumentos.
Portanto as seringas e as agulhas
devem ser desinfectados após a sua utilização, o se possível devem ser
utilizados agulhas e seringas descartáveis.
O mesmo cuidado, por precaução
deve ser tomado com alicates de unha, lâminas de barbear, tesouras etc.
Transmissão
da mãe contaminada para o filho?
Este tipo de transmissão ocorre
no momento do parto ou através da placenta durante a gravidez. Após o
nascimento, também é possível uma contaminação através do leite materno.
Por esses motivos é desaconselhável
que pessoas soropositivas tenham filhos.
Homossexuais e bissexuais?
Os homens homossexuais e
bissexuais representam o grupo mais exposto até o momento no Brasil.
AIDS
II: AS ORIGENS DA AIDS
A partir de descobertas bastante recentes, chegamos ao que
parece ser o primeiro portador identificado: o macaco cinza da África. 70%
desses macacos estariam infectados por um vírus semelhante ao que afeta o
homem.
Supõe-se que o vírus
tenha passado para o homem nos últimos 20 a 40 anos. Como? Ignora-se, e se está
sempre no domínio das hipóteses. Um fato continua praticamente garantido: foi
desse macaco que o vírus partiu para se expandir entre as populações humanas,
primeiro africanas e em seguida não africanas.
A
DISSEMINAÇÃO
Os primeiros registros
de casos foram feitos em 1981, nos Estados Unidos, e referiam-se a casos
acontecidos em 1979. Foi em 81 que o Centro de Controle de Doenças dos EUA
concluiu ser a AIDS uma doença nova. A identificação permitiu detectar casos
anteriores também nos EUA, datados de 78. No Brasil, os primeiros casos foram
diagnosticados em 82 e revelados em 83.
Segundo alguns
especialistas, antes de ser conhecida nos EUA a AIDS já existiria em regiões
equatoriais da África, de forma endêmica (constante e permanente). Análises do
plasma sangüíneo estocado revelaram a presença do vírus para os EUA e Europa
teria ocorrido através de emigrantes africanos, nos, nas décadas de 60 e 70. Em
1985 um vírus semelhante ao da AIDS foi identificado no macaco verde, que vive
na África.
OS
SUJEITOS DA TRANSMISSÃO
A dimensão dessa
disseminação levanta o problema da transmissão. Através de que caminhos a AIDS
circularia de um a outro, sem que nenhum dos dois tenha conseqüência disso, a
maior parte do tempo?
A princípio tendia-se a
ligar transmissão desse mal apenas ao homossexualismo. Teria sido pelo contato
sexual como o praticam os homossexuais que o vírus teria sido veiculado de uns
para outros. Mas uma observação mais ampla e mais aguda rompeu essa
exclusividade e revelou que, se a prática homossexual é, infelizmente,
privilegiada na contaminação do tipo AIDS, não é o único veículo através do
qual esta possa propagar-se. Chegou-se, assim, a estabelecer categorias
diversas de transmissores.
OS
"GRUPOS DE ALTO RISCO"
Estabeleceu-se,
primeiro, a partir de uma observação muito atenta que certas categorias de
indivíduos constituíam grupos de alto risco. São duas:
OS
HOMOSSEXUAIS
O tipo de relação que
se pratica entre homossexuais facilita muito a incubação do vírus. Com efeito,
recorre-se frequentemente à relação anal que se insere num contexto fisiológico
que oferece perigos múltiplos. Tanto o ânus quanto o pênis tornam-se extremamente
vulneráveis, sofrendo feridas imperceptíveis que fazem com que sangue e esperma
se misturem, um e outro constituem o meio de crescimento por excelência do
vírus.
A homossexualidade não
é, portanto, o reduto da AIDS. Sabe-se hoje em dia que se propaga igualmente e
cada vez mais através do contato heterossexual. Os grupos de alto risco
continuam sendo os que reúnem os homossexuais e os toxicômanos. No entanto,
partindo desses grupos a propagação da AIDS difundiu-se cada vez mais. Os
fatores de transmissão multiplicam-se com o número de sujeitos atingidos, de
modo que se mesmo as relações heterossexuais, que são o que existe de mais
normal e natural, tornam-se, por sua vez, um perigo. Menor, sem dúvida, mas
mesmo assim um perigo, e sério. Essas relações também exigem condições que
possam garantir a prevenção. Veremos mais tarde quais são.
A
MATERNIDADE
Com o aumento da
proporção de heterossexuais que podem se portadores do vírus, vê-se que,
fatalmente, o número de mães atingidas também se eleva de modo que não deixa de
ser alarmante. Na França, por exemplo, calcula-se que mais de 10.000 mulheres
em idade de procriar estão infectadas e que têm uma chance em duas de dar à luz
um bebê infectado. Por outro lado é preciso observar que a maioria das mães
infectadas só o ficou depois de se tornarem dependentes da toxicomania. Já está
solidamente estabelecido que quase todos os bebês, que nasceram de mães que se
drogavam por via endovenosa ou cujo parceiro sexual se drogava do mesmo modo,
foram infectados pelo vírus da AIDS. Sabe-se, por outro lado, que, com expansão
da droga, é preciso prever mais bebês desse tipo, o que é trágico.
O
CÓDIGO PIRATA
Os vírus são os seres
vivos mais rudimentares. O HIV, por exemplo, é constituída apenas por uma
cápsula externa a qual funciona como
um envelope que abriga a estrutura central, o core, onde está o código
genético.
Enquanto o código
genético de uma célula dos animais superiores armazena milhões de genes, o do
HIV é formado por pouco mais de uma
dezena. São esses poucos genes que vão codificar as proteínas de que o vírus
necessita para confeccionar o envelope
e a parte central, o core.
Pode ser uma estrutura
tão primitiva, o HIV não é capaz de se multiplicar por conta própria, como
fazem os demais seres vivos. Para
replicar novas unidades, ele precisa penetrar o interior de uma célula de um
ser superior - o homem, por exemplo - e,
em seguida, introduzir seu pequeno conjunto de genes no interior do DNA, que
contém o complexo código genético da célula
humana.
Quando essa célula,
assim parasitada se divide vai obrigatoriamente Ter de decifrar seu código
genético para fabricar as proteínas
de que as células-filhas necessitam.
Esses novos vírus
abandonam rapidamente o glóbulo branco. Ao fazê-lo, abrem microscópicos
orifícios na membrana celular, que
provocam a morte da célula.
Cada tipo de vírus
possui a finalidade por determinado tipo de célula dos animais superiores. O
HIV, por um desses caprichos da natureza, tem tropismo por um tipo de glóbulo
branco do homem e do chimpanzé, que é considerado o general de divisão do
exército de defesa imunológica dessas espécies: o linfócito CD4.
Quando esse tipo de glóbulo
do sangue se divide para organizar a defesa do organismo contra agentes
agressores, o código: "pirata" do vírus é decifrado sem querer, e
milhares de novas partículas virais são produzidas, espalham-se pelo sangue e vão-se
concentrar nas secreções do corpo - das quais importantes - e no sistema
nervoso central, pois o HIV possui especial afinidade pelas células nervosas. Ao
entrar no linfócito, o HIV se livra da cápsula e, à custa de uma enzima a
transcriptase reserva, transforma seu material genético, o RNA, em DNA.
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Profº. Esp. Juarez Souza Magnus
Licenciatura Plena em Ciências –Habilitação: Biologia
Biólogo / CRBio-03 Reg. Nº 69.544/03-D
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional
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