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(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec)

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Texto 32 - Genética


Um dos fenômenos mais intrigantes da natureza é o fato de cada ser vivo provir de outro, de que herda a forma, as características e a estrutura. Assim, cada microrganismo, planta ou animal só produz indivíduos de sua espécie e não de outra.
Genética é a ciência cujo objeto é a herança biológica, isto é, a transmissão dos caracteres morfológicos, estruturais, fisiológicos, bioquímicos e até de comportamento de uma para outra geração de seres vivos de uma espécie. Dada a íntima relação que mantém com outras áreas do conhecimento, a genética é uma ciência multidisciplinar.
Seu método é basicamente o mesmo das demais ciências experimentais: a observação e a experimentação, com vasta aplicação de técnicas tomadas de empréstimo à química, à matemática, à estatística, à física, à microbiologia e demais ciências.
Subdivisões da genética
A genética molecular estuda a natureza do material e dos fenômenos genéticos ao nível químico, enquanto a citogenética se ocupa dos fundamentos citológicos da hereditariedade, especialmente da observação dos cromossomos ao microscópio. No plano da evolução de cada espécie, as mudanças que ocorrem em grandes massas de indivíduos e determinam a substituição de uns caracteres por outros ao longo do tempo constituem a área de pesquisa da genética de populações. No que se refere ao homem, constituiu-se a genética humana, de grande importância em medicina e na antropologia.
A partir da década de 1970 surgiu uma nova disciplina, de possibilidades ilimitadas, que promete revolucionar a agricultura e a pecuária, a medicina, a farmacologia e até a produção industrial: a engenharia genética. Um dos procedimentos da engenharia genética, por exemplo, consiste em introduzir, no equipamento hereditário das bactérias, componentes alheios capazes de produzir, a baixo custo e em grandes quantidades, devido à alta velocidade de multiplicação das culturas bacterianas, substâncias, fármacos e hormônios escassos ou dispendiosos.
Princípios básicos
Um caráter biológico é todo aspecto qualitativo (como cor dos olhos, forma da boca etc.) ou quantitativo (comprimento de uma pata, envergadura das asas) que faz parte da forma ou da estrutura dos seres vivos e que é transmitido de geração a geração.
As células que compõem a maioria dos organismos vivos contêm, em sua parte central, um corpúsculo arredondado denominado núcleo, em cujo interior se encontra o material genético, o ácido desoxirribonucléico (ADN). No momento em que a célula se divide, essa substância se individualiza numa série de estruturas microscópicas em forma de bastonetes que recebem o nome de cromossomos.
Cada unidade de informação hereditária presente no cromossomo denomina-se gene e será responsável pela produção de determinado caráter biológico. Nesse contexto deve-se também situar o conceito de alelo, gene que tem mais de uma possibilidade de expressão nos descendentes.
Os alelos são, portanto, estados diferentes de uma mesma unidade genética. Os genes que determinam o fator Rh do sangue, por exemplo, são os alelos R e r. Chama-se homozigoto o indíviduo que apresenta em seu genótipo um par de alelos idênticos (RR, rr), e heterozigoto aquele que possui alelos diferentes (Rr).
O fato de um caráter manifestar-se ou não depende de muitos fatores e, assim, nem todos os genes darão origem a uma característica evidente no indivíduo. O conjunto das potencialidades genéticas de um organismo é seu genótipo, e o conjunto dos caracteres plenamente manifestos é seu fenótipo. Nos seres com reprodução sexuada, o novo indivíduo herda um jogo de cromossomos proveniente do pai e outro da mãe, razão pela qual cada caráter virá regido por dois genes, cada um situado no correspondente cromossomo, transmitido por genitor e genitora.
Pode acontecer que um mesmo caráter apresente certa variação conforme seja produzido pelo gene paterno ou pelo materno. Se um dos genes tiver predominância sobre o outro, manifestará sua característica biológica em detrimento daquela do segundo. Diz-se então que o caráter manifesto é dominante e o do outro genitor, recessivo.
Se os dois tiverem a mesma capacidade de manifestar o aspecto por eles regulado, trata-se de um fenômeno de co-dominância e o caráter resulta intermediário em relação aos dos pais. Assim, por exemplo, a co-dominância manifesta-se em plantas, como a maravilha (Mirabilis jalapa), em que o cruzamento de dois indivíduos puros, um vermelho e um branco, gera descendentes cor-de-rosa.
Uma linhagem pura é aquela em que um determinado caráter se manifesta sem variações, de geração em geração. Em caso contrário, diz-se que a linhagem é híbrida, e o caráter varia segundo os princípios ou leis de Mendel.
Resumo histórico
Embora desde a antiguidade filósofos, pensadores e poetas tenham refletido sobre a influência da herança nos seres vivos, o tratamento científico e rigoroso da questão só ocorreu há relativamente pouco tempo. Em sua teoria da evolução, Charles Darwin já reconhecia a importância da transmissão dos então chamados "fatores hereditários" na modificação dos organismos, mas foi o monge austríaco Gregor Mendel que estudou com rigor esse fenômeno e descobriu as leis que lhe tomaram o nome.
Apesar de terem sido expostas num trabalho publicado em 1866, as leis de Mendel passaram despercebidas para a ciência até que, no começo do século XX, foram redescobertas, de forma independente, por três cientistas: o holandês Hugo de Vries, o alemão Carl Erich Correns e o austríaco Erich Tschermak. Em 1902, o americano Walter Sutton descobriu que os fatores hereditários localizavam-se nos cromossomos das células.
Vários anos mais tarde, em 1908, o matemático inglês Godfrey H. Hardy e o médico alemão Wilhelm Weinberg formularam independentemente as bases matemáticas para o estudo da herança nas populações, conhecidas como lei de Hardy-Weinberg.
Um importante avanço no terreno experimental ocorreu quando o americano Thomas Hunt Morgan começou a utilizar, em suas pesquisas genéticas, a mosca-do-vinagre (Drosophila melanogaster), cujos caracteres hereditários podem ser facilmente observados e só tem quatro pares de cromossomos por célula. Morgan demonstrou que determinados caracteres não são transmitidos de forma independente, e sim conjunta, em virtude da proximidade dos genes correspondentes no cromossomo.
Na década de 1930, George W. Beadle e Edward L. Tatum descobriram que os genes têm influência direta na produção de enzimas, proteínas que facilitam as reações químicas nos organismos, e Oswald T. Avery provou que o ADN era o material genético. A estrutura molecular dessa substância, base química da hereditariedade, foi pesquisada por James D. Watson e Francis H. C. Crick, e logo se identificou o mecanismo pelo qual o ácido nucléico dirige a função celular para sintetizar as proteínas e enzimas das quais dependerá a atualização dos caracteres biológicos.
A informação que rege a seqüência dos aminoácidos, compostos que se unem em longas cadeias para constituir as proteínas, está codificada no ADN de maneira precisa, no que se conhece como código genético. Foram necessários muitos anos de trabalho, de várias equipes de estudiosos de diversas nacionalidades antes que se entendesse o código genético. A atuação dos genes e o modo como sua atividade é regulada, de acordo com as necessidades da célula em cada instante, começaram a ser compreendidas a partir dos estudos dos bioquímicos franceses François Jacob e Jacques Monod, no começo da década de 1960.
Projeto Genoma Humano
Cientistas de vários países começaram a desenvolver, em 1989, o Projeto Genoma Humano, patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde e pelo Departamento de Energia americanos. O objetivo do projeto era identificar, até o ano 2005, cada um dos aproximadamente cem mil genes e três bilhões de pares de nucleotídeos que compõem uma molécula de ADN. O Prêmio Nobel de fisiologia e medicina James D. Watson, descobridor da estrutura em hélice dupla do ADN, assumiu inicialmente a direção do projeto.
O trabalho de identificação consistia no mapeamento do código genético, isto é, no registro da posição de cada um dos genes nos 23 pares de cromossomos humanos, e em seu seqüenciamento, ou determinação da ordem precisa de ocorrência dos nucleotídeos que compõem cada gene. Esperava-se encontrar informações importantes em menos de dez por cento do genoma.
Os responsáveis pelo projeto acreditavam que a descoberta da posição de cada gene, além de sua composição e função no organismo, seria a chave para o diagnóstico e a cura de muitas doenças, como câncer, obesidade, diabetes, doenças auto-imunes e hipertensão. Os críticos do projeto, no entanto, alertavam para o perigo do uso indevido das informações genéticas. Candidatos a emprego, por exemplo, poderiam ser recusados com base em testes capazes de revelar predisposição genética para certas doenças, como o alcoolismo.
Leis de Mendel
Por volta de 1860, Gregor Mendel experimentou diversos cruzamentos entre pés de ervilha da variedade Pisum sativum, que apresentavam diferenças de caracteres facilmente observáveis, como a superfície lisa ou rugosa das sementes e sua cor verde ou amarela.
Determinou, em seguida, a proporção de descendentes que herdavam um e outro caráter e acompanhou as modificações dessa proporção ao longo de gerações sucessivas. Desse modo descobriu as três leis que tomaram seu nome e serviram de base para o desenvolvimento posterior da genética.
A primeira lei, conhecida como a da uniformidade, mostra que, quando se cruzam dois indivíduos originários de linhagens puras, os quais apresentam determinado caráter -- por exemplo, cor dos olhos - diferente um do outro, os descendentes mostram uma homogeneidade na característica estudada e todos herdam o caráter de um dos genitores (fator dominante), enquanto que o do outro aparentemente se perde, ou então apresentam um traço intermediário em relação aos traços de ambos os pais. Neste último caso, diz-se que existe co-dominância.
A segunda lei, a da segregação, demonstra que os fatores hereditários (genes) constituem unidades independentes que passam de uma geração para outra sem sofrer nenhuma alteração. Quando se cruzam entre si os descendentes obtidos do cruzamento entre duas linhagens puras, observa-se que o caráter que não se manifestou - recessivo - fica patente na segunda geração, na proporção de um quarto da descendência, enquanto o caráter dominante ocorre em três quartos dos descendentes.
Portanto, cada par de genes que determinam certo caráter separa-se no processo de formação das células reprodutoras e os fragmentos resultantes se combinam ao acaso. O processo fica claro quando é representado num esquema gráfico. Chame-se A o gene dominante e a o recessivo. Os sucessivos cruzamentos darão os seguintes resultados:
Num cruzamento entre descendentes do primeiro, ocorre uma nova transmissão de caracteres:
Por ser dominante, A se manifestará em três quartos dos descendentes (basta que esteja presente um só gene A), enquanto que, para que a se manifeste, o indivíduo deve ser portador de dois genes a, o que reduz substancialmente as possibilidades de que esse caráter apareça.
A terceira lei, a da transmissão independente, dispõe que cada caráter é herdado independentemente dos caracteres restantes. Para chegar a essa conclusão, Mendel cruzou plantas que diferiam em dois caracteres (di-híbridos) e cujo genótipo era, por exemplo, AaBb. Quando se formaram as células reprodutoras, originaram-se quatro tipos distintos: AB, Ab, aB e ab, que se combinaram de todas as formas possíveis com os mesmos tipos do outro indivíduo:
            _________________________________________
                     AB       Ab      aB       ab
            _________________________________________
            AB     AABB     AABb    AaBB     AaBb
            _________________________________________
            Ab     AAbB     AAbb    AabB     Aabb
            _________________________________________
            aB     aABB     aABb    aaBB     aaBb
            _________________________________________
            ab     aAbB     aAbb    aabB     aabb
            _________________________________________
No total, obtêm-se 16 genótipos possíveis, que aparecem no quadro acima. Manifestarão o duplo caráter A e B os seguintes: AABB, AABb, AaBB, AaBb, AAbB, AabB, aABB, aABb e aAbB, num total de nove genótipos. O caráter dominante A com o recessivo b está em três indivíduos: AAbb, Aabb e aAbB; o recessivo a e o dominante B em outros três: aaBB, aaBb e aabB; e os recessivos a e b só aparecem em um, o aabb. A proporção é, portanto, 9/3/3/1.
As leis de Mendel cumprem-se em todos os seres vivos dotados de reprodução sexuada e nos quais se formam células reprodutoras especiais. Em muitos casos, porém, as proporções previstas segundo essas leis não ocorrem, em virtude da intervenção de uma série de fatores que mascaram os resultados previstos. Assim, muitos caracteres não dependem apenas de um par de genes, mas de dois ou mais, de forma que, para que o caráter se torne patente e o produto final se elabore, é necessário que todos os genes funcionem normalmente. Se algum deles sofrer alteração, a proporção será afetada.
Muitas vezes, certos caracteres não se transmitem de forma independente porque os genes que os codificam estão próximos um do outro num mesmo cromossomo, no que se denomina grupo de ligação. Dessa forma, por exemplo, se em estudos genéticos realizados em espécimes da mosca-do-vinagre os alelos codificadores de caracteres como "corpo negro" ou "asa curva" se encontrarem localizados no mesmo par de cromossomos homólogos, caberia esperar que um espécime de corpo negro apresentasse sempre asas curvas. Tal fenômeno, no entanto, não se produz, por força do chamado crossing-over ou sobrecruzamento.
O crossing-over ocorre no processo de divisão celular ou meiose quando dois fragmentos cromossômicos (cromátides), cada um pertencente a um membro do mesmo par de cromossomos, unem-se momentaneamente para mais tarde se romperem e permutarem fragmentos. Nos casos em que se registram crossing-over, duas cromátides com genes AB e ab passam a apresentar uma dotação genética da forma Ab e aB. Em geral, esse tipo de inter-relação constitui o que se denomina recombinação genética.
Alelos múltiplos e mutações
Nas experiências genéticas observou-se que, nos alelos originais, pode produzir-se uma sucessão de alterações ou mutações que originam os chamados alelos múltiplos. Nessas ocasiões, um gene A pode produzir, por sucessão de mutações ao longo da evolução de uma espécie, uma gradação de alelos aa, ab, ac e outros, com a conseqüente possibilidade de emparelhamentos aaA, abA, acA. Em cada caso, a expressão desses alelos depende do modelo de dominância que se estabelecer.
Nesse particular, as mutações se associam às repentinas mudanças produzidas no fenótipo de um espécime, originadas por modificações genotípicas e, conseqüentemente, transmissíveis por hereditariedade. Entre as muitas modalidades de mutação cabe citar as que produzem diminuição ou aumento da dotação cromossômica, as que geram mudanças quantitativas num par e as que geram perdas de fragmentos cromossômicos, ou deleções.
Hereditariedade e sexo
O sexo de um indivíduo é determinado pela existência de um par de cromossomos especiais denominados cromossomos sexuais, que têm o mesmo aspecto e a mesma configuração na fêmea, em que se representam como XX, e de morfologia distinta no macho, em que se representam como XY. Os cromossomos X têm grande importância em genética, pois a eles estão ligados alguns caracteres, como os que determinam o daltonismo (defeito visual em que o indivíduo não distingue algumas cores) ou a hemofilia (grave afecção caracterizada pela incapacidade do organismo para coagular o sangue).
O gene que determina o daltonismo é recessivo em relação ao gene normal. Como está ligado ao cromossomo X, só provoca o daltonismo na mulher se ela tiver os dois genes recessivos; já o homem (com um só cromossomo X) apresentará daltonismo sempre que herdar o gene recessivo. Por isso, tal anomalia é oito vezes mais habitual em homens do que em mulheres.
Genética e medicina
Além do daltonismo e da hemofilia, muitas outras alterações e doenças do ser humano têm origem genética, razão pela qual o estudo dos mecanismos de transmissão hereditária tem grande importância para a medicina.
O ser humano tem uma dotação de 23 pares de cromossomos, cuja morfologia pode ser analisada pela obtenção de microfotografias de preparados celulares em que os cromossomos estejam individualizados e pela posterior ordenação dos pares cromossômicos segundo o tamanho, a forma etc.
Desse modo chega-se aos chamados cariótipos, com que é possível diagnosticar certas doenças resultantes de alterações cromossômicas, como a síndrome de Down, também denominada mongolismo e trissomia 21, por originar-se da presença de um cromossomo extra no par número 21.
Entre as principais afecções causadas por alterações genéticas estão a cegueira noturna ou hemeralopia; o albinismo (ausência de pigmentação, com pêlos e pele completamente brancos, além da íris vermelha em virtude do sangue que a irriga); vários tipos de deficiência mental, muitas vezes resultantes de transtornos genéticos do metabolismo, que determinam danos irreparáveis no cérebro; surdo-mudez e muitas malformações como a polidactilia (existência de mais de cinco dedos em cada extremidade) ou a sindactilia (afecção em que os dedos se apresentam soldados entre si).
Referências Bibliográficas
DARWIN, C.; tradução FONSECA. E. A  Origem das Espécies. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2004.
GOULD, S.J. A vida é bela – o Xisto de Burgess e a natureza da história. 1ª Ed. São Paulo: Gradiva, 1995.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 4ª Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAIJDER, F. Biologia Hoje / Ens. Médio – Vol. I, II e III. 1ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 2011.
OLIVEIRA, J.E.D.; & MARCHINI, J. S. Ciências Nutricionais. 1ª Ed. São Paulo: Sarvier Editora, 1998.
PURVES, W. K.; SADAVA, D,; ORIANS, G. H. e HELLER, H. C. Vida: A Ciência da Biologia – Vol. I, II e III. 8ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2009.
TORTORA, G. J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2003.
VASCONCELOS, C. S. Planejamento: Projeto de Ensino- Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. 14ª Ed. São Paulo: Libertad Editora, 2005.
ZIMMER, C.; tradução CALIFE, J. L. O Livro de Ouro da Evolução – O Triunfo de uma idéia. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2003.
Profº. Esp. Juarez Souza Magnus
Licenciatura Plena em Ciências –Habilitação: Biologia
Biólogo / CRBio-03 Reg. Nº 69.544/03-D
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Texto 31 - Glaucoma e Tracoma


Glaucoma é uma doença ocular que representa uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo. Aproximadamente, uma em cada cem pessoas acima de 40 anos tem sua visão ameaçada por esta doença. Se detectada precocemente, a cegueira secundária ao Glaucoma é quase sempre evitada. Quando visualizamos um objeto, a imagem é transmitida do olho ao cérebro através do nervo da visão, ou seja, o nervo óptico.
Esse nervo funciona como um cabo elétrico, contendo cerca de um milhão de fios, que levam a mensagem visual ao cérebro e, unindo-se, proporcionam a visão lateral ou periférica e também a visão central, usada para leitura. O Glaucoma pode destruir, gradativamente, esses "fios elétricos", causando, inicialmente, pontos cegos na área de visão periférica. As pessoas, geralmente, não sentem dor e raramente notam as anteriormente citadas áreas cegas, até que considerável e irreversível dano ao nervo óptico tenha ocorrido.
Se todo o nervo for destruído será instalada a cegueira definitiva. Felizmente, a cegueira pode ser evitada se esta doença for, precocemente, diagnosticada e tratada. Portanto, exames periódicos com o médico oftalmologista são a melhor maneira de se defender contra o Glaucoma. Somente o oftalmologista é especialmente treinado para realizar o exame de rotina e solicitar os exames complementares que irão diagnosticar o Glaucoma e, se necessário, tratar essa condição. Por esta razão, principalmente os adultos devem visitar o oftalmologista para exames periódicos pelo menos uma vez ao ano.
Causas e Sintomas
Um líquido claro e transparente, chamado humor aquoso, circula dentro do olho, continuamente, nutrindo as estruturas internas desse órgão. Esta circulação interna pode ser comparada a um chuveiro constantemente aberto. Se o ralo do banheiro entupir, a água se acumula no box e transborda. Similarmente, se o sistema de drenagem do olho entope, a pressão intra-ocular aumenta e, com o tempo, pode causar dano irreversível ao nervo óptico. O entupimento destes "ralos" pode ocorrer de quatro modos:
Mais comumente, o "ralo" ou malha trabecular pode se tornar menor com a idade e, sem causa ainda conhecida, "entupir". Esse bloqueio parcial causa um aumento gradual da pressão dentro do olho. Isso é conhecido como Glaucoma de ângulo aberto.
Grande parte dos pacientes glaucomatosos adultos apresentam esse tipo de Glaucoma, mais comum após os 40 anos de idade. Geralmente, o Glaucoma primário de ângulo aberto não apresenta sintomas. O paciente não sente dor e perde lentamente a visão, percebendo esta perda somente quando o nervo óptico estiver bastante lesado.
Devido à escassez de sintomas, a melhor maneira de diagnosticar Glaucoma primário de ângulo aberto são os exames oculares periódicos. Outra causa de aumento da pressão intra-ocular é o que chamamos de "defeito de fabricação", ou seja, Glaucoma congênito, onde a drenagem do humor aquoso é deficiente desde o nascimento. Nestes casos, a frente do olho, chamada córnea, pode se tornar opaca e a visão bastante embaçada.
A criança pode ser bastante sensível à luz e chorar muito. O simples achado de um "olho grande" em uma criança pode significar Glaucoma congênito. Esta é uma condição rara, ocorrendo um caso em cada dez mil nascimentos vivos. Entretanto, estes e outros sintomas oculares suspeitos em uma criança devem conduzir os pais a uma visita imediata ao médico oftalmologista.
Uma folha de papel ou um pedaço de plástico pode flutuar próximo ao ralo do banheiro e, de repente, parar sobre a abertura do mesmo, obstruindo subitamente a drenagem e bloqueando o escoamento. No olho, a íris pode agir como este pedaço de plástico e fechar, repentinamente, o canal de drenagem. Ocorre um acúmulo de líquido dentro do olho e a pressão intra-ocular aumente rapidamente.
Este repentino e completo bloqueio do líquido resulta no conhecido Glaucoma agudo de ângulo fechado. Visão embaçada, dor ocular intensa, percepção de halos coloridos em volta das luzes, náusea e até vômito são os sintomas mais comuns e indicam a necessidade de um exame oftalmológico imediato. A menos que essa condição seja tratada rapidamente, a cegueira pode ser resultado final em poucos dias.
Outras condições incluindo trauma, certas drogas como os corticóides, hemorragias e inflamações podem, algumas vezes, bloquear os canais de drenagem do olho com conseqüente aumento da pressão intra-ocular, conduzindo aos chamados Glaucoma secundário.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce é feito pelo oftalmologista durante uma consulta de rotina. Através de exame indolor, o oftalmologista determinará a pressão intra-ocular. Isto é somente parte do exame para detectar o Glaucoma.
O Oftalmologista deve ainda examinar cuidadosamente o nervo óptico, usando lentes especiais, que lhe proporcionem visão estereoscópica, ou seja, visão de profundidade, além de alta magnificação. Diante de qualquer suspeita de dano glaucomatoso ao nervo óptico, deve ser solicitado exame de campo visual computadorizado, para testar a visão lateral do paciente e detectar algum defeito campimétrico glaucomatoso.
Geralmente, a visão periférica é afetada primeiro, sem que o paciente perceba. Infelizmente as alterações do campo visual somente são detectadas quando aproximadamente 50% das fibras do nervo óptico estão destruídas. Algumas vezes, pacientes são encontrados com pressão intra-ocular um pouco acima dos níveis considerados estatisticamente normais, mas sem nenhuma evidência de dano glaucomatoso ao nervo óptico ou alteração de campo visual.
Aproximadamente 8% da população acima dos 40 anos de idade são portadores de hipertensão ocular, não devendo, entretanto, ser tratados como glaucomatosos. Alguns pacientes toleram melhor a pressão intra-ocular elevada, principalmente aqueles com nervo óptico sadio e que não apresentam outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença, ou seja, miopia, história de Glaucoma na família, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, idade avançada, etc.
Portanto, vários fatores devem ser cuidadosamente analisados antes da decisão de tratar ou não pressão intra-ocular elevada. Esses pacientes devem, sem dúvida, ser acompanhados mais freqüentemente por um especialista, com visitas periódicas a intervalos determinados.
Tratamento
Uma vez diagnosticado Glaucoma e identificado o fator responsável pela progressão da doença que, na maioria dos casos, é a pressão intra-ocular elevada, o tratamento deve ser instituído imediatamente com o objetivo de preservar a função visual ainda existente. Inicialmente, são prescritos colírios, usados duas vezes ao dia, outros quatro vezes ao dia.
Após a instilação dos colírios, deve-se manter os olhos fechados durante 2 minutos, evitando que o colírio escorra pelo canal naso-lacrimal e alcance a circulação sistêmica com possíveis efeitos colaterais indesejáveis.
O exame de campo visual computadorizado deve ser repetido periodicamente em todos os casos, inclusive aqueles somente suspeitos, com o objetivo de acompanhar a função visual do paciente durante o transcorrer dos anos. Após a constatação de perda adicional de campo visual, o tratamento deve ser realizado.
Ainda como parte importante do tratamento e acompanhamento, faz-se necessária a realização, também periódica, da topografia computadorizada do nervo óptico, exame que vem substituir a fotografia do nervo óptico ou papilografia. Este exame permite acompanhar, com máxima precisão, possíveis alterações futuras da forma do nervo óptico, indicando o surgimento ou progressão da doença.
Os casos refratários aos colírios são tratados com drogas orais como o Diamox e Oralcon. Em geral, estes medicamentos apresentam efeitos colaterais indesejáveis e, se possível, não devem ser usados durante muito tempo.
Em casos onde exista dano glaucomatoso evidente, pressão intra-ocular elevada não controlada com medicamentos, indica-se a trabeculoplastia a laser ou, ainda, a cirurgia anti-glaucomatosa.
Na trabeculoplastia o laser é aplicado diretamente sobre o trabeculado, ou seja, órgão responsável pela drenagem do humor aquoso e que, geralmente, encontra-se obstruído nos casos de Glaucoma.
O procedimento é indolor, não requer incisão cirúrgica, não altera a visão e tampouco a rotina diária do paciente. O laser é eficaz em controlar a pressão intra-ocular em, aproximadamente, 80% dos casos durante 2 anos mas, raramente, este efeito benéfico dura mais de 5 anos.
Atualmente, existem evidências indicando a cirurgia chamada trabeculolectomia como o modo mais eficaz e duradouro de controlar a pressão intra-ocular com conseqüente estabilização da função visual. A trabeculectomia é realizada sob anestesia local, com monitorização cardíaca, e geralmente não apresenta complicações. Complicações graves ocorrem em apenas 0,5% dos casos e, portanto, o risco de perda visual irreversível devido ao Glaucoma não tratado justifica tal procedimento.
O paciente é admitido no mesmo dia de sua alta e o olho permanece fechado somente até o dia seguinte à cirurgia. Durante alguns dias após a cirurgia, a visão pode se apresentar pior do que antes, exceto quando se realiza a extração de catarata combinada com trabeculectomia, procedimento geralmente acompanhado de melhora imediata da visão.
Avalia-se o paciente, diariamente, durante alguns dias, até à estabilização do quadro. São prescritos colírios de antibióticos e antiinflamatórios, durante 30 dias, ocasião de novo retorno para controle.
Uma nova modalidade terapêutica vem se mostrando bastante eficaz em controlar a pressão intra-ocular em casos em que a cirurgia tradicional, ou seja, a anteriormente mencionada trabeculectomia, deixou de funcionar. Trata-se da ciclofotocoagulação endoscópica com laser de diodo. A cirurgia consiste em fotocoagular parte das células produtoras do líquido intra-ocular o que diminui sua produção e, consequentemente, diminui a pressão intra-ocular.
O procedimento é seguro e pode ser repetido quantas vezes forem necessárias sem aumento dos índices de complicações, o que não é possível com as cirurgias tradicionais. O CBCO foi o pioneiro na introdução desta técnica cirúrgica, na América do Sul, e os resultados obtidos são bem melhores do que aqueles observados com as cirurgias tradicionais, principalmente em casos mais complicados.
Importante ressaltar que:
Glaucoma não tratado leva à cegueira indiscriminada e silenciosamente.
Somente o exame oftalmológico completo, acompanhado de exames complementares, pode indicar corretamente o diagnóstico de Glaucoma.
Não se cura o Glaucoma, mas estabiliza-se o processo.
Acompanhamento com visitas periódicas ao oftalmologista é tão importante quanto o diagnóstico.
É possível evitar-se a cegueira com o tratamento apropriado.
Catarata
A catarata é um processo de envelhecimento do cristalino, lente natural do olho, normalmente incolor, fina e transparente. Ocorre, principalmente, com a idade, ou na presença de outros fatores de risco como contusões, doenças do olho, problemas orgânicos (como diabetes, por exemplo), efeitos colaterais de certas medicações ou patologias congênitas.
Não é causada ou acentuada por leitura, exposição exagerada à TV, costura ou computadores. Assim, a diminuição do ritmo da atividade visual não impede o aparecimento da catarata nem retarda o seu processo. A ciência ainda não oferece tratamento preventivo nem medicamentoso para a catarata, mas o procedimento cirúrgico tem se mostrado bastante efetivo na remoção do cristalino opacificado e na melhoria da visão.
A evolução da catarata torna o cristalino cada vez mais denso e opaco, dificultando a passagem da luz em direção à retina, a fim de atingir o nervo óptico e permitir a formação de imagens.
A visão fica, portanto, cada vez mais obscurecida. Os primeiros sintomas são as variações da visão, mais nítida em determinados dias do que em outros. O estágio da evolução determina a técnica cirúrgica de remoção da catarata, razão por que se recomenda o tratamento da catarata mais precoce e, portanto, mais eficiente.
A catarata não é um tumor nem um câncer. Não é uma membrana que encobre o olho. É um defeito na estrutura do cristalino, que só pode ser corrigida com cirurgia. Aproximadamente uma em cada cinqüenta pessoas precisa substituir seu cristalino para recuperar sua visão.
Em que Consiste o Tratamento da Catarata?
Existem dezenas de técnicas para a cirurgia da catarata, que se agrupam em dois grandes grupos; EXTRAÇÃO EXTRACAPSULAR e FACOEMULSIFICAÇÃO, ambos com implante intra-ocular de lente.
O cristalino está contido em uma cápsula fina e clara. No primeiro grupo de procedimentos, o cirurgião faz uma incisão na córnea, para remover a parcela anterior da cápsula, retira o cristalino e o substitui pela lente.
Na facoemulsificação, uma incisão bem menor permite a introdução de um instrumento ultra-sônico, cuja energia "quebra" gentilmente o ristalino opacificado, permitindo sua aspiração.
Sendo a incisão auto-selante e de pequeno porte, podem ser dispensados os pontos, permitindo melhor recuperação pós-operatória, menor agressão à córnea e, conseqüentemente, menor astigmatismo.
Milhões de implantes já foram realizados no mundo e, no Brasil, este é um procedimento bastante difundido.
As lentes intra-oculares, implantadas, mantêm a configuração normal do olho e permitem uma visão bem próxima ao da natural.
Os pacientes que se sentem muito agredidos pelo uso de óculos ainda têm a opção de colocar lentes intra-oculares multifocais.
Apesar de freqüente, a cirurgia de catarata é delicada e os procedimentos mais modernos evitam muitas das indesejáveis complicações.
Alguns centros dispõem de recursos tecnológicos mais atualizados e profissionais mais experimentados, caracterizando-se como centros de referência.
Lazer no tratamento Posterior à cirurgia
Ao ser retirado o cristalino opacificado (catarata), a parte restante da cápsula, utilizada como suporte para a lente, é preparada a fim de que a luz possa atravessá-la livremente, para atingir a retina. Com o tempo, entretanto, cerca de 20% dos pacientes, cirurgiados no prazo de dois anos, apresentam opacificação da parte central da referida cápsula, em um processo natural de regeneração das células, prejudicando a visão. Não se trata de nova catarata e um procedimento a Laser (capsulotomia) pode devolver a limpidez do eixo visual, sem necessidade de nova incisão cirúrgica.
O paciente e a cirurgia de catarata
Normas e Procedimentos Pré-cirúrgicos
O paciente e seu médico decidem, juntos, pela remoção da catarata. Todas as informações sobre o seu caso são informatizadas e aquelas que se referem à técnica cirúrgica escolhida e o tipo de lente a ser implantado são repassadas para o Serviço de Relações Públicas, no andar térreo do CBCO, afim de permitir o planejamento da cirurgia e seu orçamento. Ali o paciente pode marcar dia e a hora, conforme sua conveniência, preparando-se para a cirurgia de acordo com as recomendações adequadas.
TRACOMA
            O tracoma é uma ceratoconjuntivite crônica, caracterizada pelo desenvolvimento de folículos, hipertrofia papilar e formação de pano, que, de modo típico, descrito adiante, leva à formação de uma cicatriz e, algumas vezes, à cegueira. É causado pela Chlamydia trachomatis.
Quadro clínico
                        Os sintomas iniciais do tracoma são lacrimejamento, secreção mucopurulenta e irritabilidade ocular. Os primeiros sinais incluem hiperemia conjuntival e hipertrofia folicular.O exame biomicroscópico da córnea revela ceratite epitelial, infiltração subepitelial e extensão dos vasos do limbo para a córnea ( pano). A progressão do pano através da córnea, a cicatrização dos tecidos subepiteliais, a deformação das pálpebras, a infecção bacteriana secundária e a cegueira vão se desenvolvendo durante meses e anos. Não há sinais ou sintomas de infecção sistêmica.
Diagnóstico laboratorial
                        O diagnóstico pode ser feito pelo isolamento do agente, ou através de sorologia. Para o isolamento do agente utiliza-se raspagem da conjuntiva, obtendo-se células epiteliais, onde se procura demonstrar, através da coloração de Giesma, as inclusões citoplasmáticas típicas das clamídias. Outro método muito mais sensível utiliza anticorpos fluorescentes pra evidenciar a presença a presença das clamídias nos raspados conjuntivais.
A sorologia também é um método bastante utilizado, demonstrando-se anticorpos por imunofluorescência tanto no sangue, como na lágrima de pacientes infectados.
Tratamento
                        Nas áreas endêmicas o tracoma deve ser diagnosticado e tratado nas crianças, a fim de se prevenirem lesões intensas que levam a cicatrizações comprometedoras da córnea. As tetraciclinas e as sulfas são os medicamentos por 3 semanas e tetraciclina oftálmica aplicada 4 vezes ao dia durante 6 semanas. Na infecção crônica, altas doses sistêmicas de tetraciclinas podem suprimir os sinais clínicos, mas não conseguem erradicar a infecção.
Epidemiologia
                        Acredita-se que mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo estejam infectadas com tracoma, e que, destas, 20 milhões ficaram cegas. O tracoma é transmitido por contacto, de olho a olho, através dos dedos e de fomitos, por exemplo, toalhas de uso comum. A doença é mais prevalente na Ásia e África e, particularmente, onde as condições de higiene são precárias e a água é escassa. Nestas áreas endêmicas a infecção pode ser adquirida universalmente na infância; lesões oculares graves resultam de superinfecções bacterianas recorrentes.
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Profº. Esp. Juarez Souza Magnus
Licenciatura Plena em Ciências –Habilitação: Biologia
Biólogo / CRBio-03 Reg. Nº 69.544/03-D
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional

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