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“Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.”
(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec)

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terça-feira, 15 de abril de 2014

Texto 38 - Cólera I e II



CÓLERA I E II
Cólera I
O que é?
Cólera é uma doença infecciosa causada pôr uma bactéria.
O vibrião colérico.
Como se transmite?
A transmissão se faz, principalmente, pela ingestão de água e alimentos contendo o vibrião.
Quais as fontes de transmissão do vibrião?
As principais fontes de transmissão do vibrião colérico são vômitos e fezes de pessoas infectadas que se espalham pelo ambiente, contaminando objetos, mãos, água e alimentos.
Algumas pessoas contaminadas não apresentam os sintomas nas fezes: são os portadores sadios.
É grave?
A doença tem diferentes graus  de intensidade, podendo o paciente apresentar desde uma diarréia leve até um quadro grave de vômitos e diarréias que podem levar o indivíduo à morte.
Como se desenvolve a doença?
Inicialmente, a cólera pode se manifestar através de diarréia, dores abdominais, mal-estar e febre.
Os casos típicos apresentam diarréia súbita em grande quantidade, fezes líquidas, esbranquiçadas, com aspecto de água de arroz; e vômitos. A diarréia e os vômitos são tão intensos que podem provocar desidratação e choque.
E o tratamento?
A cólera tem cura! Para tanto, o tratamento deve ser iniciado imediatamente. Nos casos típicos, é necessária a internação hospitalar para a administração de soros e outras medidas.
Como se proteger contra a cólera?
Aí vão 10 dicas para se proteger:
1 - A higiene das mãos é fundamental. Ainda que aparentemente limpas, as mãos podem conter um grande número de micróbios. É importante lavá-las cuidadosamente com sabão após o uso de sanitários, antes de comer ou preparar alimentos.
2 - Alimentos e água contaminados é a grande fonte da doença. Evite comer alimentos de vendedores ambulantes ou locais com más condições de higiene.
3 - Lave bem as frutas com água tratada e descasque-as antes de comer.
4 - Evite comer alimentos crus. Peixes e frutos do mar devem ser servidos bem cozidos.
5 - As moscas carregam micróbios e os depositam nos locais onde pousam. Proteja os alimentos do contato com moscas e baratas.
6 - Evite beber água, sorvetes e refrigerantes de marcas desconhecidas e refrigerantes em locais onde a água não é de boa qualidade.
7 - Não aceite suco de frutas e gelo quando não souber a procedência.
8 - Antes de ingerir leite e derivados, assegure-se de que sejam pasteurizados ou fervidos num prazo inferior a 6 horas.
9 - Evite o uso de sanitários de: coletivos, rodoviárias, aeroportos, portos e lugares utilizados pôr viajantes que não estejam limpos.
10 - Procure não deixar lixo exposto para evitar a proliferação de moscas.
Tomar a vacina é bom para prevenir?
A prevenção através da vacina não é garantida, o que leva a Organização Mundial de Saúde a não recomendar seu uso em epidemias.
E o antibiótico?
O antibiótico só deve ser utilizado quando receitado pelo médico. O uso de antibiótico sem critério aumenta o risco de infecção.
Afinal, viajar para locais onde há casos de cólera significa pegar a doença?
As pessoas que viajam para locais onde há casos de cólera devem ficar bastante atentas com relação aos hábitos de higiene e alimentação. Aquelas que seguirem todas as recomendações para a prevenção da doença estarão protegidas da contaminação.
Cólera II
Origem da cólera
Originária da Ásia, mais precisamente da Índia e de Bangladesh, a cólera se espalhou para outros continentes a partir de 1817.
Chegou ao Brasil no ano de 1885 invadindo os estados do Amazonas, da Bahia, do Pará e do Rio de Janeiro. Só em 1893 que a doença chegou em São Paulo alastrando-se tanto na capital como no interior do estado. No entanto, no final do século XIX, o governo brasileiro declarava a erradicação da doença em todo país.
Cerca de um século depois em abril de 1991, a cólera chegou novamente ao Brasil. Vinda do Peru fez sua primeira vítima na cidade de Tabatinga, do estado do Amazonas.
Definição da cólera
A cólera, também chamada de cólera-morbo, é uma doença infecciosa que ataca o intestino do homem.
A bactéria que provoca a cólera foi descoberta por Robert Koch, em 1884. Por ter a forma de bastonetes encurvado, recebeu o nome de Kommabazilus (bacilo em forma de vírgula ) posteriormente chamado de Víbrio cholerae. Ao infestar o intestino do homem, essa bactéria faz com que seu organismo elimine uma grande quantidade de água e sais minerais, acarretando séria desidratação.
Os sintomas da cólera
A cólera pode ficar incubada de um a quatro dias. Quando se manifesta, apresenta os seguintes sintomas: náuseas e vômitos; cólicas abdominais; diarréia abundante, esbranquiçada como água de arroz, determinando até a perda de um litro de água por hora; cãibras.
A transmissão da cólera
A cólera é transmitida principalmente pela água, por alimentos mal cozidos, mariscos e peixes contaminados.
Quando o vibrião é engolido e vence a acidez do estômago, instala-se no intestino do homem. Esta bactéria libera uma substância tóxica, que provoca uma mudança na função das células intestinais. Ao invés de elas absorverem líquidos e sais minerais, provocam a eliminação de grande quantidade de líquido através de vômitos e diarréia.
O Tratamento da cólera
Como todas as doenças infecciosas, a cólera pode ter dois tipos de tratamentos: o curativo e o profilático.
O tratamento curativo só pode ser feito por um médico, com antibióticos para combater a infecção e medicamentos para combater a diarréia e prevenir a desidratação.
O tratamento profilático pode ser orientado por um médico, mas poderá ser feito por qualquer pessoa, com o objetivo de evitar a doença.
A prevenção da cólera e feita através de vacina e principalmente através de medidas de higiene e saneamento básico.
A vacinação é de responsabilidade do governo. Geralmente é feita numa campanha previamente marcada, que envolve um grande número de pessoas. A vacinação atinge uma grande parcela da população, embora não haja a garanti de que todas as pessoas vacinadas fiquem imunes às doenças. Acontece que a vacina existente tem eficácia de apenas 50%.
A prevenção da cólera através de medidas de saneamento básico e higiene dependem do governo, mas também de cada um de nós. Cabe ao governo desenvolve campanhas alertando e conscientizando a população de que, com cuidados especiais e boa vontade, pode-se evitar a epidemia da cólera.
O que devemos fazer?
1 - Beber somente água filtrada ou fervida.
2 - Lavar as mãos antes da refeição e depois de deixar o vaso sanitário.
3 - Dar descarga no vaso sanitário, jogando nele o papel higiênico sanitário. Quando não se pode jogar o papel higiênico no vaso, por causa da rede de esgoto, deve-se queimá-lo.
4 - Lavar em água corrente as frutas, os legumes e as verduras, antes de comê-los.
5 - Evitar comer alimentos crus, principalmente folhas e peixes.
6 - Não deixar moscas e outros insetos pousarem nos alimentos.
7 - Manter poços, reservatórios e fontes permanentemente limpos, não deixando que os animais se aproximem dos locais onde se busca água para beber.
8 - Queimar o lixo quando possível caso contrário queimar os dejetos.
Referências Bibliográficas
BARROS, C. O Corpo Humano: Programas de Saúde. 41ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 2008.
DARWIN, C.; tradução FONSECA. E. A Origem das Espécies. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2004.
GOULD, S.J. A vida é bela – o Xisto de Burgess e a natureza da história. 1ª Ed. São Paulo: Gradiva, 1995.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 4ª Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAIJDER, F. Biologia Hoje / Ens. Médio – Vol. I, II e III. 1ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 2011.
OLIVEIRA, J.E.D.; & MARCHINI, J. S. Ciências Nutricionais. 1ª Ed. São Paulo: Sarvier Editora, 1998.
PURVES, W. K.; SADAVA, D,; ORIANS, G. H. e HELLER, H. C. Vida: A Ciência da Biologia – Vol. I, II e III. 8ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2009.
TORTORA, G. J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2003.
VASCONCELOS, C. S. Planejamento: Projeto de Ensino- Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. 14ª Ed. São Paulo: Libertad Editora, 2005.
ZIMMER, C.; tradução CALIFE, J. L. O Livro de Ouro da Evolução – O Triunfo de uma idéia. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2003.
Profº. Esp. Juarez Souza Magnus
Licenciatura Plena em Ciências –Habilitação: Biologia
Biólogo / CRBio-03 Reg. Nº 69.544/03-D
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Texto 37 - Desmatamento



DESMATAMENTO
A destruição de florestas em grande escala já atinge 46% das matas originais do planeta. Do total de 62.200.000 km² de mata nativa, apenas 33.400.000 km² ainda cobrem a superfície terrestre. Cerca de 170.000 km² de floresta desaparecem anualmente. Entre as principais formas de desmatamento estão as queimadas de extensas áreas para a prática de agricultura e pecuária. A expansão dos centros urbanos, a construção de estradas e a implantação de grandes projetos minerais e hidrelétricos também motivam as devastações. Outras causas importantes são a comercialização de madeira e o extrativismo de inúmeras espécies de interesse econômico.
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), 1997 foi um dos anos em que mais se queimaram florestas no mundo. Calcula-se que essa forma de devastação tenha atingido uma área de 50.000 km² em todo o planeta. Um dos maiores incêndios começou em agosto: madeireiras da Indonésia deram início a queimadas nas florestas, que, em consequência da longa estiagem que atinge o país, se alastram por 6.000 km² e duram mais de dois meses. A gigantesca nuvem de fumaça gerada pelo incêndio encobriu os céus da Indonésia e se espalhou por Malásia, Filipinas, Cingapura e Brunei. Em setembro, 32 mil pessoas apresentaram graves problemas respiratórios na região.
O Brasil é o recordista em desmatamento no mundo, de acordo com o WWF. Cerca de 15.000 km² de floresta são derrubados anualmente na Amazônia. Nessa região, as queimadas em 1997 foram 50% mais extensas que as do ano anterior.
Impactos ambientais
Os desmatamentos provocam sério impacto no meio ambiente. Sendo as florestas o ecossistema mais rico em espécies animais e vegetais, sua destruição constitui grave risco à biodiversidade. A perda da cobertura vegetal causa a degradação do solo e, em decorrência, a desertificação.
O extermínio das florestas afeta o clima, pois elas regulam a temperatura, o regime de vento e de chuva. A redução da camada vegetal e a consequente diminuição da chuva levam ainda ao aquecimento da Terra.
O desmatamento e a erosão do solo nas nascentes e nas margens dos cursos de água comprometem a rede hidrográfica, à medida que grande quantidade de terra e areia se deposita no fundo de rios e lagos, diminuindo sua profundidade. Esse fenômeno, conhecido como assoreamento, aliado à escassez de vegetação nativa, que antes absorvia a água, intensifica a incidência de enchentes.
Referências Bibliográficas
DARWIN, C.; tradução FONSECA. E. A Origem das Espécies. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2004.
GOULD, S.J. A vida é bela – o Xisto de Burgess e a natureza da história. 1ª Ed. São Paulo: Gradiva, 1995.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 4ª Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAIJDER, F. Biologia Hoje / Ens. Médio – Vol. I, II e III. 1ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 2011.
OLIVEIRA, J.E.D.; & MARCHINI, J. S. Ciências Nutricionais. 1ª Ed. São Paulo: Sarvier Editora, 1998.
PURVES, W. K.; SADAVA, D,; ORIANS, G. H. e HELLER, H. C. Vida: A Ciência da Biologia – Vol. I, II e III. 8ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2009.
TORTORA, G. J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2003.
VASCONCELOS, C. S. Planejamento: Projeto de Ensino- Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. 14ª Ed. São Paulo: Libertad Editora, 2005.
ZIMMER, C.; tradução CALIFE, J. L. O Livro de Ouro da Evolução – O Triunfo de uma idéia. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2003.
Profº. Esp. Juarez Souza Magnus
Licenciatura Plena em Ciências –Habilitação: Biologia
Biólogo / CRBio-03 Reg. Nº 69.544/03-D
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Texto 36 - Ecologia



ECOLOGIA
Durante muito tempo desconhecida do grande público e relegada a segundo plano por muitos cientistas, a ecologia surgiu no século XX como um dos mais populares aspectos da biologia. Isto porque se tornou evidente que a maioria dos problemas que o homem vem enfrentando, como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os problemas sociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos.
A palavra ecologia (do grego oikos, "casa") foi cunhada no século XIX pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, para designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânico e inorgânico". A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de diferentes populações.
Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente formam sistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também já foi definida como "o estudo das inter-relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia da natureza", e como "a biologia dos ecossistemas".
Histórico
A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais.
O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu impulso especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus chamou atenção para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas para o estudo das populações, o que levou a experiências sobre a interação de predadores e presas, as relações competitivas entre espécies e o controle populacional.
O estudo da influência do comportamento sobre as populações foi incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da territorialidade dos pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e agressivo foram lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen, enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava o papel do comportamento social no controle das populações.
No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos, um na Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam em estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades vegetais, enquanto os americanos  estudaram o desenvolvimento dessas comunidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e vegetal se desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos deram ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo biótico.
Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e populações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia. Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de níveis tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é transferida, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtoras) aos vários níveis de animais (consumidores). Em 1927, C. S.
Elton, ecologista inglês especializado em animais, avançou nessa abordagem com o conceito de nichos ecológicos e pirâmides de números. Dois biólogos americanos, E. Birge e C. Juday, na década de 1930, ao medir a reserva energética de lagos, desenvolveram a idéia da produção primária, isto é, a proporção na qual a energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese.
A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o desenvolvimento, pelo americano R. L. Lindeman, do conceito trófico-dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo da energia através do ecossistema. Esses estudos quantitativos foram aprofundados pelos americanos Eugene e Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo dos nutrientes foi realizado pelo australiano J. D. Ovington.
O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado pelo desenvolvimento de novas técnicas - radioisótopos, microcalorimetria, computação e matemática aplicada -- que permitiram aos ecologistas rotular, rastrear e medir o movimento de nutrientes e energias específicas através dos ecossistemas. Esses métodos modernos deram início a um novo estágio no desenvolvimento dessa ciência -- a ecologia dos sistemas, que estuda a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.
Conceito unificador
Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base conceitual. A ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica. Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os vivos (bióticos) através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e entre produtores, consumidores e decomponentes, de outro.
Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações energéticas, chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam serem complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras, formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas, herbívoro e carnívoro.
Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la passam de um estado menos complexo para um mais complexo. Essa mudança direcional é chamada sucessão. Sempre que um ecossistema é utilizado, e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada.
A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela ocupa certo nicho funcional, relacionado a seu papel no fluxo de energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente quanto a quantidade de energia fixada em qualquer ecossistema são limitados.
Quando uma população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números precisam estabilizar-se e, caso isso não ocorra, devem declinar em consequência de doença, fome, competição, baixa reprodução e outras reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio ambiente representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve se ajustar.
O ecossistema tem aspectos históricos: o presente está relacionado com o passado, e o futuro com o presente. Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, a dinâmica, o comportamento e a evolução das populações.
Áreas de estudo
A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química, matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm influência sobre ela.
A mesma situação existe dentro da própria ecologia. Na compreensão das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre organismos, é quase sempre difícil separar comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia, adaptação de evolução e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal. A ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das plantas e o estudo dos animais.
A ecologia vegetal aborda as relações das plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente descritiva da composição vegetal e florística de uma área e normalmente ignora a influência dos animais sobre as plantas.
A ecologia animal envolve o estudo da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e das inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como os animais dependem das plantas para sua alimentação e abrigo, a ecologia animal não pode ser totalmente compreendida sem um conhecimento considerável de ecologia vegetal. Isso é verdade especialmente nas áreas aplicadas da ecologia, como manejo da vida selvagem.
A ecologia vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das inter-relações de um organismo individual com seu ambiente (autoecologia), ou como o estudo de comunidades de organismos (sinecologia).
A autoecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e indutiva. Por estar normalmente interessada no relacionamento de um organismo com uma ou mais variáveis, é facilmente quantificável e útil nas pesquisas de campo e de laboratório. Algumas de suas técnicas são tomadas de empréstimo da química, da física e da fisiologia. A autoecologia contribuiu com pelo menos dois importantes conceitos: a constância da interação entre um organismo e seu ambiente, e a adaptabilidade genética de populações às condições ambientais do local onde vivem.
A sinecologia é filosófica e dedutiva. Largamente descritiva, não é facilmente quantificável e contém uma terminologia muito vasta. Apenas recentemente, com o advento da era eletrônica e atômica, a sinecologia desenvolveu os instrumentos para estudar sistemas complexos e dar início a sua fase experimental. Os conceitos importantes desenvolvidos pela sinecologia são aqueles ligados ao ciclo de nutrientes, reservas energéticas, e desenvolvimento dos ecossistemas. A sinecologia tem ligações estreitas com a pedologia, a geologia, a meteorologia e a antropologia cultural.
A sinecologia pode ser subdividida de acordo com os tipos de ambiente, como terrestre ou aquático. A ecologia terrestre, que contém subdivisões para o estudo de florestas e desertos, por exemplo, abrange aspectos dos ecossistemas terrestres como microclimas, química dos solos, fauna dos solos, ciclos hidrológicos, ecogenética e produtividade.
Os ecossistemas terrestres são mais influenciados por organismos e sujeitos a flutuações ambientais muito mais amplas do que os ecossistemas aquáticos. Esses últimos são mais afetados pelas condições da água e possuem resistência a variáveis ambientais como temperatura. Por ser o ambiente físico tão importante no controle dos ecossistemas aquáticos, dá-se muita atenção às características físicas do ecossistema como as correntes e a composição química da água.
Por convenção, a ecologia aquática, denominada limnologia, limita-se à ecologia de cursos d'água, que estuda a vida em águas correntes, e à ecologia dos lagos, que se detém sobre a vida em águas relativamente estáveis. A vida em mar aberto e estuários é objeto da ecologia marinha.
Outras abordagens ecológicas se concentram em áreas especializadas. O estudo da distribuição geográfica das plantas e animais denomina-se geografia ecológica animal e vegetal. Crescimento populacional, mortalidade, natalidade, competição e relação predador-presa são abordados na ecologia populacional. O estudo da genética e a ecologia das raças locais e espécies distintas é a ecologia genética.
As reações comportamentais dos animais e seu ambiente, e as interações sociais que afetam a dinâmica das populações são estudadas pela ecologia comportamental. As investigações de interações entre o meio ambiente físico e o organismo se incluem na ecoclimatologia e na ecologia fisiológica.
A parte da ecologia que analisa e estuda a estrutura e a função dos ecossistemas pelo uso da matemática aplicada, modelos matemáticos e análise de sistemas é a ecologia dos sistemas. A análise de dados e resultados, feita pela ecologia dos sistemas, incentivou o rápido desenvolvimento da ecologia aplicada, que se ocupa da aplicação de princípios ecológicos ao manejo dos recursos naturais, produção agrícola, e problemas de poluição ambiental.
Movimento ecológico
A intervenção do homem no meio ambiente ao longo da história, principalmente após a revolução industrial, foi sempre no sentido de agredir e destruir o equilíbrio ecológico, não raro com consequências desastrosas. A ação das queimadas, por exemplo, provoca o desequilíbrio da fauna e da flora e modifica o clima. Várias espécies de animais foram extintas ou se encontram em risco de extinção em decorrência das atividades do homem.
Já no século XIX se podia detectar a existência de graves problemas ambientais, como mostram os relatos sobre poluição e insalubridade nas fábricas e bairros operários. Encontram-se raciocínios claros da vertente que mais tarde se definiria como ecologia social na obra de economistas como Thomas Malthus, Karl Marx e John Stuart Mill, e de geógrafos como Friedrich Ratzel e George P. Marsh.
Mesmo entre os socialistas, porém, predominava a crença nas possibilidades do industrialismo e a ausência de preocupação com os limites naturais. Também contribuiu o fato de a economia industrial não ter ainda revelado as contradições ecológicas inerentes a seu funcionamento, evidenciadas no século XX.
De fato, a maioria das teorias econômicas recentes traduz essa atitude e raciocina como se a economia estivesse acima da natureza. A economia, no entanto, pode até mesmo ser considerado apenas um capítulo da ecologia, uma vez que se refere somente à ação material e à demanda de uma espécie, o homem, enquanto a ecologia examina a ação de todas as espécies, seus relacionamentos e interdependências.
A radicalização do impacto destrutivo do homem sobre a natureza, provocada pelo desenvolvimento do industrialismo, inspirou, especialmente ao longo do século XX, uma série de iniciativas. A mais antiga delas é o conservacionismo, que é a luta pela conservação do ambiente natural ou de partes e aspectos dele, contra as pressões destrutivas das sociedades humanas. Denúncias feitas em congressos internacionais geraram uma campanha em favor da criação de reservas de vida selvagem, que ajudaram a garantir a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas.
Existem basicamente três tipos de recursos naturais: os renováveis, como os animais e vegetais; os não renováveis, como os minerais e fósseis; e os recursos livres, como o ar, a água, a luz solar e outros elementos que existem em grande abundância. O movimento ecológico reconhece os recursos naturais como a base da sobrevivência das espécies e defende garantias de reprodução dos recursos renováveis e de preservação das reservas de recursos não renováveis.
No Brasil, o movimento conservacionista está razoavelmente estabelecido. Em 1934, foi realizada no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, a I Conferência Brasileira de Proteção à Natureza. Três anos mais tarde criou-se o primeiro parque nacional brasileiro, na região de Itatiaia RJ.
Além dos grupos conservacionistas, surgiu no movimento ecológico um novo tipo de grupo, o dos chamados ecologistas. A linha divisória entre eles nem sempre está bem demarcada, pois muitas vezes os dois tipos de grupos se confundem em alguma luta específica comum. Os ecologistas, porém, apesar de mais recentes, têm peso político cada vez maior.
Vertente do movimento ecológico que propõe mudanças globais nas estruturas sociais, econômicas e culturais, esse grupo nasceu da percepção de que a atual crise ecológica é consequência direta de um modelo de civilização insustentável. Embora seja também conservacionista, o ecologismo caracteriza-se por defender não só a sobrevivência da espécie humana, como também a construção de formas sociais e culturais que garantam essa sobrevivência.
Um marco nessa tendência foi à realização, em Estocolmo, da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em 1972, que oficializou o surgimento da preocupação ecológica internacional. Seguiram-se relatórios sobre esgotamento das reservas minerais, aumento da população etc., que tiveram grande impacto na opinião pública, nos meios acadêmicos e nas agências governamentais.
Em 1992, 178 países participaram da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. Embora com resultados muito aquém das expectativas dos ecologistas, foi mais um passo para a ampliação da consciência ecológica mundial. Aprovaram documentos importantes para a conservação da natureza, como a Convenção da Biodiversidade e a do Clima, a Declaração de Princípios das Florestas e a Agenda 21.
A Agenda 21 é talvez o mais polêmico desses documentos. Tenta unir ecologia e progresso num ambicioso modelo de desenvolvimento sustentável, ou seja, compatível com a capacidade de sustentação do crescimento econômico, sem exaustão dos recursos naturais. Prega a união de todos os países com vistas à melhoria global da qualidade de vida.
Referências Bibliográficas
DARWIN, C.; tradução FONSECA. E. A Origem das Espécies. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2004.
GOULD, S.J. A vida é bela – o Xisto de Burgess e a natureza da história. 1ª Ed. São Paulo: Gradiva, 1995.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 4ª Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAIJDER, F. Biologia Hoje / Ens. Médio – Vol. I, II e III. 1ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 2011.
OLIVEIRA, J.E.D.; & MARCHINI, J. S. Ciências Nutricionais. 1ª Ed. São Paulo: Sarvier Editora, 1998.
PURVES, W. K.; SADAVA, D,; ORIANS, G. H. e HELLER, H. C. Vida: A Ciência da Biologia – Vol. I, II e III. 8ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2009.
TORTORA, G. J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª Ed.  Porto Alegre: Artmed Editora, 2003.
VASCONCELOS, C. S. Planejamento: Projeto de Ensino- Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. 14ª Ed. São Paulo: Libertad Editora, 2005.
ZIMMER, C.; tradução CALIFE, J. L. O Livro de Ouro da Evolução – O Triunfo de uma idéia. Edição Especial. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2003.
Profº. Esp. Juarez Souza Magnus
Licenciatura Plena em Ciências –Habilitação: Biologia
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