Um AVISO Global
(Al Gore)
O ex-vice-presidente
dos Estados Unidos Al Gore relata uma análise da problemática questão do
aquecimento global, invocando os possíveis mitos e equívocos existentes em
torno do tema e também possíveis saídas para que o planeta não passe por uma
catástrofe climática nas próximas décadas.
Al gore sempre foi um
ecologista em grande escala. Vice-presidente nos dois governos de Bill Clinton,
tornou-se conhecido mundialmente devido à árdua disputa nas eleições
americanas, na qual tornou-se muito popular e recebeu uma quantidade maior de
votos mais acabou perdendo as eleições para o atual presidente americano George
W. Bush. E a partir deste momento, muito pouco se ouviu falar de Al Gore,
ressurgindo das cinzas com Uma Verdade Inconveniente. Voltando às origens,
pode-se dizer, pois o documentário é basicamente uma palestra que Al Gore
costuma ministrar sobre a nossa influência no clima do planeta terra.
O documentário Uma
Verdade Inconveniente é de caráter didático, ilustrado através de gráficos,
fotos e estudos científicos sobre o atual problema mundial, o Aquecimento
Global. Deixando bem claro a intenção de alertar o público mundial sobre a
temática, mas nota-se uma maior dedicação ao público norte-americano, talvez
pelo simples fato de os Estados Unidos não ter assinado o Protocolo de Kyoto.
Alertando os americanos do erro cometido por eles mesmos, gerando com isso uma
pressão no atual governante Georg W. Bush, esta é uma das intenções do
documentário, mostrado indiretamente, é a recolocação de Al Gore no atual
cenário político americano, os minutos finais do filme exemplificam claramente
um dos seus reais interesses na divulgação do documentário.
Um ponto deve ser
ressaltado nesse documentário de Al Gore, é a maneira insignificante e
desleixada com que ele trata os continentes da América do Sul e da África, o
tema Aquecimento Global é de caráter mundial, abordando de várias formas e com
situações precisas e minuciosas o que aconteceria em várias partes do planeta,
se o descaso e a acomodação toma-se conta dos habitantes da terra.
Em nenhum momento do
documentário Al Gore exemplifica o que ocorreria em algum ponto da América do
Sul e da África, se a situação piorasse, será que esses dois continentes não
fazem parte da nação global, ou, não tem uma real importância em sua promoção
política. A América do Sul é mencionada em um lapso muito pequeno de tempo,
quando Al Gore relata a passagem do Furacão Catarina que atingiu a Costa
Brasileira no ano de 2004. Vários outros exemplos de catástrofes ecológicas
foram citadas no documentário, com ocorrência em vários países ou continentes
como a Índia, China, Europa, Japão, Estados Unidos, México etc. Todos estes
países foram exemplificados com avidez por Al Gore, ressaltando os danos do
Aquecimento Global e em conseqüência disso, o continente da América do Sul e da
África é deixado de lado, como se fossem nações inclusas em uma redoma de
vidro, onde o Aquecimento Global não penetrasse, será que conseguimos de certa
forma um privilégio com o Meio Ambiente, estamos absolvidos de nossos pecados
ecológicos, ou isso é conseqüência de uma insatisfação política que Al Gore tem
com a América do Sul e a África.
Para nós que já
conhecemos a situação climática do Planeta “Uma Verdade Inconveniente” não nos
surpreende tanto, talvez nos comove, alerta e reforça um pouco mais a temática,
mas mesmo assim é muito interessante os dados e exemplos citados por Al Gore,
porém, muita coisa deve ser filtrada, se ele tem um real interesse político está
implícito nas entrelinhas, o que sei é que as conseqüências do Aquecimento
Global qualquer pessoa leiga está percebendo no seu dia-a-dia, o ponto mais
positivo é a abordagem da temática, um tanto assustadora; mas é real. Isso pode
fazer com que certas pessoas acordem pra realidade, e tenham a consciência de
que isto realmente está ocorrendo e cada vez mais próximo e que é preciso
acordar e fazer a sua parte.
Um
ponto negativo do documentário de Al Gore, são os detalhes e depoimentos
minuciosos de sua vida, fazendo com que o documentário se apresente de uma
forma maçante e pretensiosa. Mas, também tem seu lado positivo, é um
documentário impactante, que cativa o espectador de todas as idades de uma
maneira simplificada e ao mesmo tempo “alerta” para uma questão primordial, que
seria a sobrevivência dos seres vivos no planeta. Analisando de uma maneira
científica e não política, devia ser de caráter obrigatório a divulgação do
documentário, não só nas escolas e universidades, mas para todos os governantes
das grandes nações e por todos os responsáveis pelo aumento da poluição,
principalmente pela emissão de CO2 na atmosfera do planeta, ressaltando é claro
os grandes industriais.
E se os continentes da
América do Sul e África tem pouca importância para Al Gore, talvez seja pelo
simples fato de reconhecer que os principais vilões do Aquecimento Global estão
no hemisfério norte do planeta. Estados Unidos e China, principalmente, poluem
muitos além dos países de terceiro mundo, mas não podemos deixar de mencionar
que todo o tráfego das grandes cidades e as estúpidas e desordenadas queimadas
da Amazônia, contribuem muito para o Aquecimento Global.
As
“atitudes” ficam para quem a pratica. Se forem boas atitudes porque não merecer
nosso reconhecimento e receber os elogios a que têm direito, Al Gore com este
documentário teve sem dúvida uma excelente atitude, quando se fala de
Aquecimento global, a intenção de alertar o mundo é válida, mas a visão
“norte-americanizada” de enxergar e agir em certos momentos prejudicou um pouco
a realidade do documentário. Pois, em nenhum momento menciona na real ferida do
que realmente prejudica o meio ambiente e provoca o Aquecimento Global, ou
seja, a grande parcela do consumismo exagerado da sociedade americana, que a
transforma em um dos maiores pólos de poluição do planeta, isso lhe retrata um
caráter omisso, menosprezando seus reais princípio e idéias referentes à
temática em questão.
Em
suma, todos temos o deve de contribui conforme as possibilidades individuais e
coletivas que temos. Nossos pequenos gestos insignificantes, como, por exemplo,
guardar um papel de bala no bolso, torna-se extremamente importante quando
praticado por milhões de pessoas. Mas, isso é difícil e complicado, pois
estamos inclusos em uma sociedade na qual a maioria das pessoas não promovem
esses atos, somos capitalistas e individualistas, não ensinamos nossas futuras
gerações à pensar no NÓS, antes do EU; não medimos as conseqüências que irão
acontecer a médio e longo prazo, nos interessa apenas o agora, e por isso
estamos pagando um alto preço pelo nosso descaso com o Meio Ambiente em que
vivemos.
Nem
toda pessoa, tem uma consciência formada sobre o assunto, os exemplos e
motivações deveriam vir de cima, dos governantes, o que raramente acontece.
Mas, com ou sem exemplos, temos de ter a consciência do estado em que estamos
colocando o planeta, e para onde caminhamos se a nossa consciência e visão não
se alterar. Devemos buscar a motivação no estudo do Meio Ambiente, para o que
temos de fazer para amenizar os efeitos do mal que já praticamos coletivamente.
Temos como reverter uma grande parcela desse quadro e que cada um de nós pode
fazer algo, talvez podemos afirmar que todos que assistiram ao documentário
saíram com esse pensamento.
De
certa forma, no mundo atual estamos inseridos em um ambiente socialmente
inseguro e é importante que uma pessoa de destaque como o ex-vice-presidente
americano Al Gore levante a bandeira para salvar o planeta. Infelizmente a
ganância do ser humano acabará com a vida na terra em um espaço de tempo muito
menor do que está sendo anunciado.
E
só por isso “Uma Verdade Inconveniente” já é válida, independentemente da
impressão política que o documentário tenha causado a alguns, creio que a
intenção foi mesmo conscientizar as pessoas as quais assistiram ao filme, e por
esse motivo é uma iniciativa que merece aplausos.
Profº. Esp. Juarez Souza Magnus
Licenciatura Plena em Ciências –Habilitação:
Biologia
Biólogo / CRBio-03 Reg. Nº 69.544/03-D
Especialista em Psicopedagogia Clínica e
Institucional
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